Gustavo Machado é consultor de mercado pela Agrifatto
A chegada do início de março ainda não se refletiu sobre os preços pecuários.
Desde fevereiro os valores permanecem lateralizados. O movimento se dá pela melhora das condições das pastagens combinadas à boa demanda internacional, enquanto que o escoamento lento da carne no atacado limita preços mais altos e mantém os frigoríficos comprando de forma comedida.
Considerando a variação diária, predomina a estabilidade, com apenas alguns frigoríficos ofertando pontualmente valores maiores para recompor suas escalas.
O fato é que na comparação semanal a média dos preços caiu levemente em quase todas as praças.
A referência em São Paulo segue em R$ 145,80/@ à vista e livre de Funrural (equivalente a R$ 148,00/@ à vista para descontar).
As programações de abate atendem 5 dias úteis, em média, mesma duração para GO, MG e para o norte do país.
A exceção fica para o MS, que contou com aumento da disponibilidade de bovinos terminados nesta semana, ampliando as escalas de abates para 8 dias úteis, o que derrubou os preços em 0,06%, levando os negócios a R$ 135,00/@ à vista.
Um evento importante foi a alta de 0,40% para o preço da carcaça casada bovina entre ontem e hoje, puxando a média praticada para R$ 9,45/kg, o que pode manter a sustentação dos preços pecuários no curto prazo.
Já o valor da carcaça especial suína caiu 1,85 p.p. enquanto o frango resfriado segue estável, e respectivamente registram valores ao redor de R$ 5,05/kg e R$ 3,15/kg.
O baixo volume de negócios limita a pressão baixista, mas a chegada da safra deve continuar trazendo reflexos de médio prazo. Além disso, o mercado futuro projeta as mínimas em maio e em junho, período em que a oferta de animais deve subir com o menor suporte das pastagens.
Por fim, após o milho subir mais de 20% em São Paulo nos últimos 30 dias, os preços se estabilizaram em R$ 40,00/saca de 60kg, e enquanto as perspectivas para a safrinha não se confirmarem, os valores devem se manter nestes níveis. A correção das cotações pode vir pelo estabelecimento da cultura de segunda-safra e aumento da liquidez do mercado.