A baixa do rio Paraná prejudicou os embarques argentinos de farelo e óleo de soja nos portos da Grande Rosario no mês passado, de acordo com dados da Bolsa de Comércio de Rosario. Embora o esmagamento de soja nos primeiros cinco meses deste ano tenha superado consideravelmente o volume processado em igual período de 2020 (18 milhões de toneladas ante 15,5 milhões de toneladas), os embarques de farelo de soja nos portos da Grande Rosario somaram apenas 2,49 milhões de toneladas em junho, disse a bolsa. O montante representa queda de 12% na comparação anual e de 2% em relação a maio. Além disso, é o menor volume para o mês desde a temporada 2017/18.

Quanto ao óleo de soja, os embarques totalizaram 553 mil toneladas em junho, queda de 11% ante junho do ano passado e de 10% na comparação com maio deste ano, disse a bolsa, destacando que este também é o menor volume para o mês em quatro anos. Segundo a bolsa, é necessário observar que em 2017/18, uma forte seca afetou a produção de soja e reduziu consideravelmente a disponibilidade local de grãos.

No fim do mês passado, o nível do rio Paraná nas proximidades da Grande Rosário atingiu sua medição mais baixa desde o fim dos anos 1970. Como a maioria das esmagadoras de soja do país fica em Rosário e seus arredores, o que acontece com o rio Paraná afeta diretamente os embarques de derivados para o exterior.

Já os embarques de milho não são tão prejudicados pela baixa do rio. Quando os navios partem dos portos de Rosario carregados com um volume inferior ao total disponível, como ocorre atualmente, eles podem completar a carga nos portos do sul da província de Buenos Aires, disse a bolsa.

Em junho, os embarques de milho em todos os terminais portuários da Argentina somaram 4 milhões de toneladas, o que representa queda de 11% na comparação anual mas aumento de 20% ante maio.

(AE)