Gustavo Machado é consultor de mercado pela Agrifatto
O último relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia Aplicada – IMEA traz avanço de 19,3% para a semeadura do milho naquele estado na semana passada, totalizando 46,5% da área estimada.
Apesar do atraso de 12% com relação à safra anterior, os trabalhos seguem adiantados em 5 p.p. sobre a média dos últimos 5 anos e, além disso, há boa probabilidade de ocorrência de chuvas nos próximos dias, o que pode conferir bom estabelecimento do cereal semeado.
Atualmente os preços do milho exibem pressão positiva, com o indicador do CEPEA subindo 2,06% na comparação semanal e o contrato futuro com vencimento para março/18 com alta de 3,45% nos últimos 7 dias.
O viés altista resulta de especulações climáticas no início da segunda-safra, com o risco de concentração do plantio fora da janela ideal, e também por queda da produção Argentina, redução das estimativas de produção e dos estoques brasileiros e por fim, pela menor movimentação do mercado com produtores focados nos trabalhos com a soja.
O fato é que os preços do milho em São Paulo saíram de um patamar de R$ 32,00/saca do início de 2018 e caminham para R$ 35,00/sc, ou seja, valor próximo ao mesmo período do ano passado, veja pelo gráfico 1 a seguir.
Gráfico 1.
Variação do indicador CEPEA entre jan/17 e fev/18 e preços futuros estimados na B3 (R$/saca)
Fonte: CEPEA / BM&FBovespa / Broadcast AE / Agrifatto
(*) Preços futuros – B3 (antiga BM&F)
(**) Dados parciais
Portanto, os preços futuros demonstram que o viés altista deve se manter ainda no próximo mês, e considerando os bons volumes de chuvas e os estoques este ano relativamente mais altos, as cotações do milho podem perder o fôlego até a mínima em julho, quando sazonalmente a liquidez e disponibilidade no mercado aumentam em função da colheita.