Estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Milho e Sorgo indica o cereal orgânico como um nicho com grande potencial de diversificação e expansão no Brasil. O setor teve um aumento de 90% de 2019 para 2020 e tem mais da metade da produção, 56%, no Sul do País. “O milho representa uma cultura importante para a alimentação humana e animal, e a tendência por um consumo alimentar consciente tem implicado uma demanda muito maior do que a oferta”, disse em nota a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo Mônica Matoso Campanha.

O estudo “Variação geográfica da ocorrência de produtores de milho orgânico cadastrados no Brasil” foi feito utilizando o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO), que identifica os produtores e facilita o desenvolvimento deles.

Segundo a também pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo Elena Charlotte Landau, em janeiro de 2021 o CNPO contabilizou 22.427 produtores cadastrados no Brasil. Entre eles, 30,59% (6.860 produtores) apresentam cadastro para a produção de milho orgânico. Mais da metade destes, 56,76% (3.894 produtores), concentra-se na região Sul. Em seguida, vêm as regiões Sudeste, com 23,98% (1.645 produtores), e Nordeste, com 13,95% (957 produtores). Nas regiões Centro-Oeste e Norte foram identificados menos de 5% dos produtores de milho orgânico cadastrados no País (respectivamente 3,83% e 1,47%, equivalentes a 263 e 101 produtores).

“Destacamos que o estado do Paraná concentra quase um terço dos produtores de milho orgânico cadastrados no País (31,20%, 2.140 produtores), principalmente em municípios como Tijuca do Sul, Castro, Cerro Azul, Lapa e Rio Branco do Sul”, diz Elena. A pesquisadora cita os estados do Rio Grande do Sul (16,15%, 1.108 produtores), São Paulo (11,81%, 810 produtores), Santa Catarina (9,42%, 646 produtores), Bahia (5,73%, 393 produtores) e Rio de Janeiro (5,60%, 384 produtores).

No Brasil, 865 municípios têm registros de produtores de milho orgânico. “Entre aqueles com maior densidade de produtores de milho orgânico, além dos já citados do Paraná, destacam-se Brasília (DF), Ipê (RS), Santa Maria de Jetibá (ES), Ibiúna (SP), São Martinho (SC), Petrópolis (RJ) e Nova Santa Rita (RS)”, diz a pesquisadora.

(AE)