A Bayer obteve lucro líquido de 2,09 bilhões de euros (US$ 2,54 bilhões) no primeiro trimestre deste ano, informou a companhia na manhã desta quarta-feira. O resultado representa alta de 40,3% na comparação com igual período do ano passado. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recuou 6,2%, de 4,39 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2020 para 4,12 bilhões de euros no primeiro trimestre do ano.

As vendas da companhia recuaram 4%, a 12,33 bilhões de euros, em comparação com 12,85 bilhões de euros no segundo trimestre do ano anterior. A Bayer classificou seu desempenho como um “início de sucesso em 2021”. “Estamos vendo um bom desempenho operacional geral, mas fomos afetados pelos efeitos negativos do câmbio, como esperado”, disse o CEO da empresa, Werner Baumann, em comunicado divulgado para investidores e imprensa.

O desempenho da fabricante de produtos farmacêuticos e agroquímicos surpreendeu a expectativa do mercado em relação ao lucro, mas veio dentro do esperado quanto à receita. Analistas consultados pela própria empresa estimavam queda de 7,5% na receita da empresa, a 11,88 bilhões de euros, e lucro líquido de 1,62 bilhão de euros. Após a divulgação dos resultados financeiros, os papéis da Bayer avançavam 4,8% na Bolsa de Frankfurt, sendo negociados a 55,99 euros por ação, às 8h50 de Brasília.

Quanto à receita, o maior recuo, de 10,4%, foi observado na divisão de atendimento ao consumidor. A divisão de produtos farmacêuticos, que representa cerca de 40% de suas vendas, obteve receita 4% menor. Na Divisão Crop Science, que inclui produtos agrícolas, a receita de vendas da empresa decresceu 2,8% para 6,65 bilhões de euros, em relação aos 6,83 bilhões de euros reportados no primeiro trimestre do ano anterior. “Nossa Divisão Crop Science alcançou um crescimento encorajador das vendas em um ambiente de mercado aprimorado, exigente”, comentou o CEO da empresa.

O maior crescimento da receita da divisão de ciências agrícolas foi observado na região Ásia/Pacífico com alta de 23,8% nas vendas. Na América Latina, o faturamento de vendas da Bayer aumentou 1%. Em volume, as vendas da divisão cresceram 4,7%. Por segmento de portfólio, as vendas de fungicidas registraram maior incremento de 12,1% na comparação anual entre os primeiros trimestres, seguido por alta de 7,5% em sementes de vegetais e incremento de 4,8% na comercialização de herbicidas. O Ebitda ajustado do segmento foi 6,2% inferior ao apresentado em igual período de 2020, a 2,45 bilhões de euros. Em base ajustada, a receita da divisão aumentou 6,4%.

Monsanto – A multinacional alemã disse que o acordo relacionado aos processos judiciais envolvendo o Roundup, herbicida à base de glifosato, cobre aproximadamente 96 mil reclamações de demandantes. O produto químico era produzido pela Monsanto, que a Bayer adquiriu em 2018 por US$ 63 bilhões. No comunicado divulgado hoje, a companhia afirmou que continua negociando com os advogados dos demandantes para firmar acordos no restante dos casos atuais. “Uma nova proposta para a gestão de casos futuros acordada e apoiada pelo advogado representante dos demandantes foi submetida ao juiz responsável na Califórnia para aprovação preliminar”, afirmou a empresa.

Para o acumulado do ano fiscal de 2021, a Bayer manteve suas perspectivas financeiras, divulgadas em fevereiro. A empresa espera que as vendas sem as operações descontinuadas totalizem entre 42 bilhões de euros e 43 bilhões de euros. O Ebitda ajustado, estima a companhia, deve ficar entre 11,2 e 11,5 bilhões de euros.

(AE)