Os preços das carnes bovina, de frango e suína no Brasil devem continuar firmes nos próximos meses diante do aumento nos custos de produção de animais e mesmo com o forte ritmo de exportações, segundo análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada no final da semana passada.
A alta nos custos de grãos tem sido um desafio para os pecuaristas e também para os frigoríficos, principalmente para aqueles que dependem das vendas no mercado doméstico e precisam repassar o aumento dos custos aos preços da carne.
“Os frigoríficos já alegavam no início do ano dificuldades no repasse das valorizações da arroba do animal (boi) à proteína negociada no mercado atacadista, o que pode levar a alguma pressão sobre os valores da arroba”, disse o Ipea no relatório Carta de Conjuntura para o segundo trimestre deste ano.
A baixa disponibilidade de bovinos para abate tende a continuar neste primeiro semestre. “Já no segundo semestre, o confinamento de animais dependerá dos preços de reposição e dos insumos, que já começaram 2021 em patamares elevados”, disse o Ipea.
Os preços da carne suína e do suíno devem aumentar nos próximos meses, tendo em vista o alto custo de produção, o período sazonal de aumento na demanda doméstica e o bom ritmo das exportações da proteína, segundo o Ipea.
A China tem sido o principal importador de carnes brasileiras, intensificando as compras nos últimos dois anos diante da redução da produção própria de carne suína, impactada pela peste suína africana.
No caso da carne de frango brasileira, a expectativa para o segundo trimestre de 2021 é que os preços do frango vivo e da carne se mantenham nos mesmos patamares do primeiro trimestre, em razão do alto custo de produção.
O preço médio do frango resfriado, no atacado da Grande São Paulo, teve queda entre o quarto trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021, devido ao menor volume de exportações em janeiro, que resultou em aumento nos estoques. Já na comparação anual, o preço subiu.
“O menor poder de compra da população tende a favorecer o consumo de proteínas mais baratas, como é o caso da carne de frango”, disse o Ipea. (CarneTec)