A disputa técnica em torno da taxa Ptax referencial de abril pode aumentar a volatilidade do dólar nesta ultima sessão do mês. Os “vendidos” em dólar futuro (apostaram na queda das cotações) chegam hoje com larga vantagem em relação aos “comprados” (defendem a alta), após uma queda mensal acumulada do dólar de 5,19% no mercado à vista. Os “comprados” (defendem a alta), por sua vez, tentarão apoiar a moeda americana na primeira parte dos negócios, a fim de melhorar o desempenho de suas posições cambiais. A Ptax de hoje será usada na segunda-feira para a liquidação do dólar futuro de maio e os ajustes dos contratos cambiais e de resultados corporativos.
Nesse contexto, os “comprados” podem se beneficiar da valorização predominante da moeda americana no exterior em relação a divisas rivais e emergentes e ligadas a commodities nesta manhã. O ajuste acompanha o avanço leve dos juros dos Treasuries, que contribui para a queda dos futuros de Nova York em meio a divulgação de balanços mistos de bancos e empresas europeias e americanas e de dados de PIBs europeus.
Mas o fluxo cambial para as ofertas de ações em curso na Bolsa e a realização do leilão de privatização da Companhia Estadual de Águas e Saneamento (Cedae) do Rio nesta sexta-feira podem continuar fazendo a diferença no câmbio, trazendo pressão de baixa ao dólar. O Broadcast apurou que os investidores estrangeiros levaram a maioria das ações da Caixa Seguridade na cota institucional da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) desta semana, respondendo por cerca de 56%.
Os investidores devem olhar ainda os dados de desemprego e fiscais em meio a expectativas pela reunião do Copom, na próxima semana.
O aumento da taxa Selic para 3,50% no Comitê de Política Monetária (Copom) de maio é aposta unânime no mercado financeiro. Todos os 68 participantes da pesquisa do Projeções Broadcast acreditam que o Banco Central vai anunciar nesta quarta-feira (5) uma alta de 0,75 ponto porcentual dos juros básicos, como apontado na última reunião, em março.
Na China, há pouco, saiu o índice de gerentes de compras (PMI na sigla em inglês) industrial, que China subiu de 50,6 em março para 51,9 em abril, atingindo o maior nível em quatro meses, segundo pesquisa da IHS Markit em parceira com a Caixin Media. O avanço acima da marca de 50 indica expansão do setor manufatureiro em ritmo mais forte. O dado contrastou com o PMI industrial chinês oficial, que se baseia numa amostra de fabricantes bem maior do que a sondagem privada, e caiu de 51,9 em março para 51,1 em abril, mais do que o esperado.
Ontem, o dólar à vista encerrou com queda de 0,47%, a R$ 5,3365. No mercado futuro, o dólar para maio, que vence hoje e tem liquidação na segunda-feira, fechou em queda de 0,15%, a R$ 5,3390. A partir de hoje, o contrato de dólar futuro para junho passa a ser o mais negociado no mercado futuro. (AE)