O agronegócio paulista registrou superávit de US$ 2,67 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde a um crescimento de 15,6% em comparação com igual período de 2020 (US$ 2,31 bilhões). No período, o setor exportou US$ 3,87 bilhões, aumento de 7,5% ante US$ 3,60 bilhões no primeiro trimestre de 2020. Já a importação apresentou queda de 7%, para US$ 1,20 bilhão em comparação com US$ 1,29 bilhão em 2020. As informações são do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura do Estado.
Conforme o IEA, a participação no trimestre das exportações do agronegócio paulista no total do Estado foi de 36,3%, enquanto a participação das importações do setor foi de 7,6%. Os pesquisadores do IEA destacam em relatório que as exportações paulistas nos demais setores da economia – exclusive o agronegócio – somaram US$ 6,79 bilhões e as importações, US$ 14,51 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$ ,72 bilhões. “Conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior por causa do desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo”.
Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, no primeiro trimestre de 2021, foram: complexo sucroalcooleiro (US$ 1,36 bilhão, sendo que, desse total, o açúcar representou 86,1% e o álcool, 13,9%), setor de carnes (US$ 507,23 milhões, em que a carne bovina respondeu por 87,8%), complexo soja em terceiro (US$ 438,08 milhões), seguido do grupo dos sucos (US$ 347,57 milhões, dos quais 97,2% referentes a sucos de laranja) e dos produtos florestais (US$ 341,18 milhões, com participações de 51,8% de papel e 32,8% de celulose), ficando o café na sétima colocação (US$ 171,41 milhões, dos quais 74,8% referentes ao café verde). O agregado dos cinco principais grupos representou 77,7% das vendas externas setoriais paulistas.
O IEA ressalta que no primeiro trimestre de 2021, em comparação com o primeiro trimestre de 2020, houve importantes variações nos valores exportados dos cinco principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumento para o grupo do complexo sucroalcooleiro (+41,0%), estabilidade para o grupo de carnes e quedas para complexo soja (-15,6%), sucos (-0,3%) e produtos florestais (-17,3%). O grupo café obteve aumento de 20,9% nos valores exportados, elevando sua participação de 3,9% para 4,4% no agronegócio paulista. “Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados”, diz o IEA.
O grupo sucroalcooleiro apresenta a maior participação (35,2%) nas exportações paulistas. No total, o grupo cresceu 41,0% em valores e 34,4% em volumes exportados, por causa do desempenho das vendas externas do açúcar (44,4% em valores e 32,7% em volume). Para o álcool, os embarques apresentaram aumentos de 56,4% em volume e de 23,3% em valores, quando comparados com o mesmo período de 2020.
O grupo de carnes tem a segunda posição na pauta do Estado, apresentando estabilidade em valores e queda em volume (-5,3%) em relação ao primeiro trimestre de 2020. A carne bovina, com maior contribuição no grupo, registrou aumentos de 5,9% em valores e de 7,0% em volume exportado. O desempenho da carne de frango foi de retração em valores (-29,9%) e em volumes (-24,2%). A carne suína apresentou elevação de 5,3% em valores, mas queda de 11,8% na quantidade embarcada.
O grupo composto pelo complexo soja teve no primeiro trimestre de 2021 desempenho negativo com queda nos embarques (-27,2%) e em valores (-15,6%). A soja em grão, principal produto do grupo, apresentou variações negativas de valores e volumes (-9,7% e -20,2%, respectivamente), quando comparados com o mesmo período de 2020. “Essa queda pode ser creditada a indisponibilidade do produto ocasionada pelo atraso do plantio por conta do clima (falta de chuvas) nos meses de setembro e outubro de 2020”, explica o IEA.
O suco de laranja (FCOJ concentrado) exibiu redução de 5,4% no valor e aumento de 4,4% em volume exportado. Para o suco NFC (não congelado), as vendas externas decresceram em valores (-1,8%), mas obtiveram elevação em volume (2,7%). A variação total das exportações do grupo de sucos foi de -0,3% em valores e 3,9% em volume na comparação com o primeiro trimestre de 2020.
Os produtos florestais aparecem com quedas de -17,3% em valores e -8,8% em volume em relação ao ano anterior. O produto papel, principal item do grupo na pauta paulista, obteve variação negativa quanto aos valores (-17,7%) e ao volume (-9,1%). As exportações dos produtos de celulose apresentaram quedas nos valores (-27,6%) e nos embarques (-10,2%).
Para o grupo do café, os resultados apontaram aumentos de 20,9% nos valores e de 33,0% no volume das exportações paulistas. O principal produto desse grupo é o café verde, que registrou aumento de 32,6% em valores e 39,6% em quantidades exportadas pelo estado, enquanto o café solúvel exibiu decréscimos de 5,0% em valores e de 1,2% em volume comercializado.
Destinos – Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista no primeiro trimestre de 2021, a China (US$ 798,71 milhões, 20,7% de participação e variação negativa de 5,6% em relação ao valor do primeiro trimestre de 2020) é o principal destino das exportações de São Paulo, seguida da União Europeia (US$ 59,73 milhões, 13,7% de participação e queda de -12,2% sobre 2020) e dos Estados Unidos (US$ 358,39 milhões, participação de 9,3% e variação positiva de 13,5%). Na sequência, completando os dez principais destinos em termos de participação, aparecem Indonésia (3,7%), Bangladesh (3,6%), Arábia Saudita (3,0%), Argélia (2,9%), Coreia do Sul (2,5%), Nigéria (2,3%) e Malásia (2,2%).
O IEA observa que há uma diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importou principalmente produtos do complexo soja (42,5%) e carnes (29,6%), enquanto para a União Europeia, entre os principais produtos da pauta de importações paulista, predominam os produtos do grupo de sucos (39,5%, basicamente suco de laranja) e café (14,5%). Já os Estados Unidos apresentam pauta bastante diversificada, composta principalmente pelos grupos de carnes (20,4%) e sucos (19,1%). Na sequência dos dez maiores importadores, da Indonésia até a Malásia, todos têm elevada concentração de suas importações no complexo sucroalcooleiro, acima de 80% de representatividade e o Japão que recebe 23,5% do café brasileiro exportado.
Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no primeiro trimestre de 2021 foram papel (US$ 86,25 milhões), seguido do trigo (US$ 79,07 milhões) e do óleo de dendê ou de palma (US$ 65,97 milhões). Os dez principais produtos representam 44,7% do total importado no trimestre (US$ 536,47 milhões). (AE)