Santa Catarina acaba de superar mais um recorde nas exportações mensais de carne suína, divulgou a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural na segunda-feira (19). Em março, o agronegócio catarinense embarcou 55,7 mil toneladas do produto a US$ 138,4 milhões – maior valor desde o início da série histórica em 1997. Os números são divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).
Após um início de ano com quedas nas exportações de carne suína, Santa Catarina retoma o crescimento e amplia as vendas para os principais mercados. Em março, o estado embarcou 55,7 mil toneladas (+36,6% sobre fevereiro/2021 e +48% ante março/2020).
“O agronegócio catarinense vem se reinventando, conquistando novos mercados (…) Seguimos otimistas para os próximos meses”, disse o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, em nota.
O faturamento apresenta números ainda mais significativos. Em março de 2021, foram registradas receitas de US$ 138,4 milhões com as exportações de carne suína (+43% ante fevereiro e +62% sobre igual mês de 2020).
“Os resultados do mês de março são fatores de comemoração, que mostram a competência do estado catarinense. São uma demonstração de que os nossos investimentos em tecnologia, capacitação de mão de obra e sanidade geram retorno e, neste momento, estamos colhendo um pouco desses frutos”, ressaltou na mesma nota José Antônio Ribas Júnior, presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne).
Os principais mercados para a carne suína produzida em Santa Catarina ampliaram suas compras no último mês. Com destaque para a China (+53,6% em valor e +46,3% em volume), Chile (+17,4% e +14,3%) e Argentina (+58,6% e +57,9%).
Segundo o analista da Epagri/Cepa, Alexandre Giehl, o Chile se tornou o segundo principal destino da carne suína catarinense, posição que anteriormente era ocupada por Hong Kong. Em um ano, os chilenos ampliaram em 97,4% a quantidade adquirida, resultando em um faturamento 112,2% maior para Santa Catarina.
Já no primeiro trimestre de 2021, Santa Catarina exportou 126,7 mil toneladas do produto, faturando mais de US$ 306 milhões. Os números representam um crescimento de, respectivamente, 14% e 18,7% em relação ao mesmo período de 2020.
Abastecimento de grãos: o desafio
Neste ano, o déficit de grãos em Santa Catarina deve chegar a 5 milhões de toneladas – resultado, segundo a secretaria de estado da agricultura, da quebra na safra após a estiagem e o ataque da cigarrinha-do-milho. “O milho segue aumentando de preço e, com isto, impactando nos custos de produção tanto de suínos quanto de frangos. Além disso, a demanda segue enfraquecida, o que dificulta o repasse do aumento dos custos nos preços ao consumidor, ao menos de forma integral”, explicou Alexandre Giehl.
A secretaria, em parceria com a iniciativa privada, busca alternativas para reduzir a dependência de milho e, consequentemente, os custos de produção. A intenção é reforçar o apoio para o plantio de trigo, triticale e cevada, ocupando as lavouras também no inverno, além de trazer uma alternativa de renda para os produtores e mais competitividade para a cadeia produtiva de carnes. (CarneTec)