Os preços do frete para escoar a produção de Mato Grosso subiram, em média, 25% em fevereiro ante fevereiro de 2020, segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta segunda-feira (29). “A menor alta é para os produtos que seguem para o Porto de Santos”, diz a Conab em nota. “Apesar de ser possível encontrar elevação chegando a 26% a depender da rota, o transporte para o principal porto do País registra um aumento de 11% na média. Agora, se o escoamento for realizado por Paranaguá ou ainda pelo Arco Norte, as cotações ficam 19% e 20% mais elevadas. Índice abaixo do roteiro com destino da produção pelo Alto Araguaia, no próprio Estado, onde foi registrada a maior variação entre os anos”, afirma a estatal.
Conforme a Conab, a diferença entre os preços praticados entre os dois primeiros meses deste ano é ainda mais expressiva. “Neste caso, a maior variação é encontrada nos produtos que saem de Sorriso e seguem para Miritituba, no Pará. Se em janeiro o preço pago por tonelada removida era de R$ 160, em fevereiro passou para R$ 230, uma elevação de 44%.” A estatal atribui a reação dos preços do frete à intensificação da colheita da soja, ao aumento de preços do combustível e a alguns congestionamentos em rotas importantes.
“Com o volume significativo de chuvas registrado em Mato Grosso, surgiram gargalos logísticos em alguns corredores. Nestes locais, com um fluxo muito elevado de caminhões, há relatos de problemas de descarga, com filas em pontos de transbordo como decorrência também da concentração do grande volume a ser escoado em um curto espaço de tempo”, disse na nota o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth. “Essas filas e a morosidade na descarga em terminais exercem efeito de enxugamento da oferta de transporte, à medida que caminhões ficam parados, portanto, indisponíveis para realização de novas viagens, o que inflaciona os preços”, acrescenta. (AE)