O Uruguai exportou cortes Angus de altíssimo valor e gordura para o Egito, tornando-se o primeiro embarque desde 2012, quando por falta de certificação do rito Halal e outros problemas, os negócios com aquele destino foram interrompidos.
A certificação desse ritual de abate é básica para o mundo muçulmano, e sem essa etapa esse alimento ou produto não é considerado adequado.
Segundo informou ao El País o diretor da exportadora Mirasco Uruguai, Ragi Samy, o negócio concluído abrange 10 contêineres, são cortes certificados e de maior valor.
O primeiro embarque saiu na terça-feira, na próxima semana sai o próximo e os embarques seguirão a cada sete dias até que o volume acordado seja finalizado.
A certificadora do rito Halal é a empresa IS EG Halal International Account Manager, do governo egípcio, que está instalada em Montevidéu há um ano e tem o poder de certificar para todo o Mercosul. É a única entidade autorizada exclusivamente pelo governo egípcio a certificar as exportações Halal em todo o mundo.
Sami explicou que, neste momento, a empresa Mirasco “está tentando trabalhar com produtos de alta qualidade (cortes valiosos)”, porque em produtos de qualidade inferior “é difícil para os mercados do Médio Oriente competirem com a China”. Por sua vez, anunciou que está sendo analisada com o Egipto a possibilidade de se poder fazer negócio com carne ovina, produto muito procurado pelos países do Médio Oriente, onde o consumo é importante.
O Uruguai estuda, no curto prazo, possíveis negócios com carnes em outros países do Oriente Médio.
Por outro lado, como Faxcarne publicou ontem, o Brasil, que é tradicional fornecedor de carne para o Oriente Médio, enfrenta um cenário complexo. As fábricas de médio porte que não têm China fecharam alguns negócios pontuais por frente para o Egito a US $ 4 mil CIF, além de volumes menores de cortes refrigerados para Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Mercado
Por sua vez, analisando o mercado internacional de carnes, a operadora disse que “a China é muito exigente e compra toda a carne que existe”, enquanto no caso da União Europeia “a situação continua complicando, porque muitos países estão restringindo a mobilidade devido a o avanço da Covid-19 ”. Essas restrições e o fechamento do circuito gastronômico conspiram contra a exportação de carnes para aquele destino. As perspectivas continuam incertas para este mercado. (El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint)