Bruna Giacon é graduanda em agronomia e estagiária pela Agrifatto
Yago Travagini é economista e consultor pela Agrifatto
Os envios de carne bovina brasileira in natura para fora do país perderam um pouco de força. Foram embarcadas 29,07 mil toneladas na segunda semana de março/21, o que levou a média diária do mês estabelecer-se em 5,96 mil toneladas, sofrendo um recuo de 2,41% comparado com a semana retrasada. Apesar do recuo no comparativo semanal, a possibilidade de rompermos um recorde para o mês de março ainda existe.
Com o dólar rompendo os R$ 5,80, os compradores propuseram novas negociações e assim o preço pago pela proteína registrou uma leve queda de 0,27% no comparativo semanal, ficando cotado a US$ 4,57 mil/tonelada. Desta forma, a receita caiu de maneira levemente mais intensa que o volume, e a média diária obtida com as vendas de proteína bovina ficou em US$ 27,25 milhões, reduzindo 2,68% no comparativo semanal.
A desaceleração dos embarques continua a atingir as exportações de milho brasileiro. Com cada vez mais soja chegando nos portos, o cereal vai perdendo espaço, e com isso os envios para fora do país vão despencando. Na última semana foram 41,13 mil toneladas embarcadas, 78% a menos do que na primeira semana do mês, fazendo com que a média diária recuasse 38,90% e atingisse o volume de 22,64 mil toneladas, 50% menor que no mês de janeiro/21.
A queda observada na receita foi um pouco menor pois os preços pagos pelos importadores seguiram crescendo, avançando 2,36% no comparativo semanal, e estabelecendo-se em US$ 238,70/t, 26% maior que em janeiro/21. Desta forma, o total obtido com a venda de milho no país foi 75% a menos do que na primeira semana do mês, fazendo com que a média diária caísse 37,45% e se estabelecesse em US$ 5,40 milhões/dia.
Enquanto o milho “reduz a marcha”, a soja engata a quinta e vê suas exportações de março/21 já dar sinais que irá superar março/20. Foram 2,72 milhões de toneladas enviadas para fora do país na segunda semana do mês de março/21, 13% a mais do que na primeira semana. O que elevou a média diária para o patamar de 513,68 mil toneladas, 6,28% a mais do que na semana retrasada.
Mesmo com mais oleaginosa sendo colhida e entregue nos portos, o preço da soja brasileira enviada para fora do país seguiu avançando. O valor médio da oleaginosa em março/21 já está em US$ 394,10/t, 14,30% a mais do que fora registrado em março/20. Esta melhora do preço possibilitou que a receita avançasse de maneira mais intensa no comparativo semanal, com a média diária obtida com a venda de soja chegando a US$ 202,46 milhões, 6,47% a mais do que na semana retrasada.