A alta no preço da arroba tem impactado negativamente os frigoríficos brasileiros de carne bovina sem acesso ao mercado externo, segundo informações da Associação Brasileria de Frigoríficos (Abrafrigo).
“Na indústria de carnes, os prejuízos acumulados pelos frigoríficos já têm levado à paralisação temporária dos abates. A questão, para esses, não é esperar preços ou condições melhores, mas estancar a sangria do caixa”, disse o presidente executivo da Abrafrigo, Paulo Mustefaga, à CarneTec.
Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o preço do boi gordo subiu 53%, enquanto a carcaça negociada no atacado teve o preço reajustado em 42%, segundo o executivo.
“Com essa defasagem, só não está estrangulado o frigorífico que exporta e que, por isto, fatura em dólar. No entanto, 75% da produção brasileira fica no mercado interno”, disse Mustefaga.
Segundo ele, a venda da carcaça casada de um boi de 16 arrobas vendida no estado de São Paulo há um ano daria à indústria um lucro de R$ 190. “Hoje, essa mesma operação deixa um prejuízo de R$ 135.”
A Abrafrigo informou que mantém a estimativa de alta de 5% no volume de exportações de carne bovina em 2021 após a queda de 6% no volume exportado no primeiro bimestre. (CarneTec)