O agronegócio brasileiro exportou US$ 6,47 bilhões em fevereiro de 2021, 2,8% mais em relação aos US$ 6,29 bilhões de igual mês do ano passado, segundo o Ministério da Agricultura. As importações cresceram mais, 14,9%, para US$ 1,22 bilhão (+14,9%). Com isso o superávit da balança do setor alcançou US$ 5,22 bilhões, 0,4% maior ante o de fevereiro de 2020.
Enquanto as exportações do agronegócio subiram 2,8%, as vendas externas dos demais produtos que o Brasil exporta subiram 4,5%. “Com este incremento maior dos demais produtos, a participação do agronegócio nas exportações brasileiras declinou de 40,3% em fevereiro de 2020 para 39,9% em fevereiro de 2021”, disse a pasta em nota.
“Pode-se dizer, como síntese para o mês de fevereiro de 2021, que as exportações do agronegócio foram afetadas negativamente pela queda das exportações de soja em grãos (-US$ 560,64 milhões em valores absolutos), que, por sua vez, foram compensadas pelo incremento das vendas externas de quatro produtos (+ US$ 585,26 milhões em valores absolutos): farelo de soja (+ US$ 211,62 milhões em valores absolutos); açúcar de cana em bruto (+ US$ 158,56 milhões); algodão não cardado nem penteado (+ US$ 109,68 milhões em valores absolutos); e milho (+ US$ 105,39 milhões em valores absolutos)”, destacou a Agricultura.
Em fevereiro de 2021, os cinco principais setores exportadores do agronegócio foram complexo soja (26,1%), carnes (19,8%), produtos florestais (13,1%), complexo sucroalcooleiro (10,5%) e café (7,0%). Estes cinco setores foram responsáveis por 76,6% do total do valor exportado. O principal setor exportador do agronegócio brasileiro é o complexo soja. As exportações desse setor, no entanto, registraram queda de 15,7% na comparação entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2020. “Essa queda ocorreu em função de dois fatores. O primeiro foi o clima seco no início do período de plantio entre outubro e dezembro de 2020. Mais recentemente, o excesso de chuvas atrasou o processo de colheita da oleaginosa que ocorre entre janeiro e meados de abril na maioria dos estados produtores. Nesse contexto, a quantidade embarcada de soja em grãos diminuiu quase 2 milhões de toneladas comparando-se fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021.”
Com a menor quantidade exportada, o valor vendido ao exterior de soja em grãos diminuiu de US$ 1,69 bilhão em fevereiro do ano passado para US$ 1,13 bilhão em fevereiro de 2021 (-33,1%). “É importante ressaltar que o preço médio da oleaginosa subiu 11,6% na comparação entre estes meses, em função principalmente da forte demanda asiática pelo produto e da baixa disponibilidade nos principais exportadores mundiais (Brasil e Estados Unidos), fato que deixou o preço próximo de US$ 400 por tonelada exportada.”
Ainda no setor, as exportações de farelo de soja subiram 82,3%, atingindo US$ 468,6 milhões (+82,3%). As vendas externas de óleo de soja também subiram, atingindo US$ 86,6 milhões (+70,1%). “Verificou-se em fevereiro de 2021 elevação do consumo doméstico de farelo de soja e óleo de soja nos principais importadores brasileiros, refletindo-se em altas expressivas nas exportações de fevereiro de 2021: União Europeia (+53,9%) e Indonésia (+398,1%), no caso do farelo, e Índia (+24,7%) e Bangladesh (+193,6%), no caso do óleo de soja.”
Outro setor que registrou exportações acima de um bilhão foi o de carnes, informou a Agricultura. As vendas externas de carnes foram de US$ 1,28 bilhão em fevereiro de 2021 (-1,2%). A carne bovina foi a principal carne exportada, com registros de US$ 551,1 milhões (-1,5%). O preço médio de exportação, por sua vez, registrou incremento de 4,4%, chegando a US$ 4.461 por tonelada.
O complexo sucroalcooleiro foi o setor que apresentou maior elevação no valor exportado dentre os cinco principais setores exportadores do agronegócio brasileiro, disse o MInistério. Foram US$ 681,0 milhões em exportações, o que significou expansão de 44,4%. O açúcar é o principal produto de exportação do setor. As vendas externas de açúcar foram de US$ 607,8 milhões (+58,3%).
Os principais produtos importados foram trigo (US$ 111,90 milhões; +4,8%); malte (US$ 83,09 milhões; +157,7%); papel (US$ 66,02 milhões; +8,8%); milho (US$ 50,34 milhões; +299,9%); cacau inteiro ou partido (US$ 40,20 milhões; +26,5%); óleo de palma (US$ 39,85 milhões; +140,2%); salmões, frescos ou refrigerados (US$ 36,89 milhões; -13,7%); vinho (US$ 32,78 milhões; +44,6%); vestuários e outros produtos têxteis (US$ 31,39 milhões; -23,0%); azeite de oliva (US$ 30,24 milhões; -11,6%). (AE)