Bruna Giacon é graduanda em agronomia e estagiária pela Agrifatto
Yago Travagini é economista e consultor pela Agrifatto
Como esperado, os envios de carne bovina in natura voltaram a ganhar forças. Com o dólar valorizado frente ao real e a volta chinesa, março/21 iniciou-se com um bom volume embarcado de proteína bovina. Ao todo foram exportadas 30,54 mil toneladas de proteína bovina até a última semana. Com isso, a média diária registrou aumento de 7,68% com a média de fevereiro/21, e 6,7% a mais que no mesmo período no ano passado (março/20), alcançando as 6,10 mil toneladas/dia.
O preço médio avança a passos de tartarugas, encerrando a primeira semana de março/21 à US$ 4,58 mil/tonelada, 0,96% maior que em fevereiro/21. A receita média diária obtida com os embarques na primeira semana de março/21 foi de US$ 28,00 milhões/dia, registrando aumento de 8,72% no comparativo semanal, e 11,39% superior a março/20. Com os problemas enfrentados pela China em relação a volta da PSA, a expectativa é de que os embarques de proteína bovina continuem.
Mesmo com a redução de 19% frente a média diária de fevereiro/21, os embarques de milho continuam acima das expectativas para esta época do ano. Foram 185,25 mil toneladas embarcadas na primeira semana de março/21, o que corresponde a 39% de tudo o que foi enviado em março/20. A média diária estabeleceu-se em 37,05 mil toneladas, 72,45% a mais do que no mesmo período do ano passado.
A melhora do dólar frente ao real melhorou a competitividade do cereal brasileiro, no entanto, os preços do milho do Brasil enviado para fora do país continuam evoluindo. O valor médio nesta primeira semana ficou em US$ 233,20/t, 7,45% a mais do que em fevereiro/21. Com isso, a receita avança de maneira ainda mais acelerada em comparação a março/20. Foram US$ 43,20 milhões obtidos com a venda de cereal na primeira semana do mês, levando a média diária a US$ 8,64 milhões, 111,50% superior que há um ano atrás.
Com a colheita avançando e a oleaginosa sendo escoada pelos portos, os embarques de soja voltaram a normalidade. Na primeira semana de março/21 foram 2,42 milhões de toneladas enviadas para fora do país, resultando em uma média diária de 483,34 mil toneladas, volume 403% superior que a média diária de fevereiro/21. Ainda assim, no comparativo anual a média diária é 2,02% menor.
O aumento de preços observado durante todo o ano de 2020 ganha contorno de rentabilidade nos portos, isso por que o preço médio em março/21 já é 14,09% superior que em março/20, atingindo o patamar de US$ 393,40/t. Com isso, a receita obtida com a venda de oleaginosa supera a média diária de março/20, chegando à US$ 190,15 milhões/dia, 11,78% superior que no mesmo período do ano passado.