Na esteira das notícias de que sete trabalhadores em uma granja avícola na Rússia são os primeiros humanos a serem infectados com a cepa H5N8 da gripe aviária, o Conselho Internacional de Aves (IPC, na sigla em inglês) acredita que é importante garantir aos consumidores que a carne de aves é segura para comer, divulgou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em nota no seu site na terça-feira (23).
A gripe aviária é uma doença zoonótica potencial conhecida e existem medidas estabelecidas internacionalmente que garantem a segurança alimentar e o manuseio e cozimento adequados das aves, bem como a segurança do trabalhador e a biossegurança, continua a nota. Além disso, as aves doentes não devem entrar no abastecimento alimentar.
Na Rússia, as autoridades responderam prontamente ao incidente, implementando medidas para proteger humanos e animais e para minimizar os riscos, garantindo que a situação não progredisse, explicou o IPC. Todas as sete pessoas afetadas estão com boa saúde e o curso clínico da doença foi muito brando, confirmaram as autoridades.
O chefe do Serviço Federal de Vigilância dos Direitos do Consumidor e do Bem-Estar Humano russo também afirmou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi notificada, de acordo com o protocolo normal.
Com base no conhecimento científico da gripe aviária, o frango e outros produtos avícolas são seguros para comer se cozidos de maneira adequada, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e a OMS.
Nenhuma ave de bandos com a doença deve entrar na cadeia alimentar, observam eles, e os consumidores podem permanecer confiantes na segurança da carne de aves e nos esforços da indústria avícola para garantir a segurança e a proteção de seus clientes.
A indústria avícola, em coordenação com as autoridades governamentais, monitora continuamente e busca identificar precocemente os riscos da gripe aviária. Esses riscos são em parte devido à exposição a animais selvagens com vírus positivo. Como no caso russo, ações imediatas são tomadas para identificar as cepas específicas. Esses esforços contínuos controlam a propagação da doença. Além disso, as medidas de biossegurança implementadas pela indústria minimizam o risco de transmissão da doença.
Segundo o IPC, a literatura científica mostra de forma inequívoca que a gripe aviária não é um problema de segurança alimentar. A carne de frango é nutritiva e segura; os consumidores devem apenas cozinhar e preparar adequadamente, seguindo as regras normais de higiene. Em raras situações, indivíduos que têm contato frequente e prolongado com espécies avícolas – principalmente pessoas que trabalham no setor – foram infectados com o vírus da influenza aviária, como ocorreu neste caso.
“Esta infecção acidental é autolimitada porque a pessoa infectada provavelmente não transmitirá o vírus a outra pessoa.”
Os governos e a indústria monitoram especificamente a potencial transferência da gripe aviária para os humanos e agem de acordo para eliminar estes riscos. “E, como observado aqui, o vírus não pode ser transferido de um ser humano para outro. Os consumidores podem, portanto, ter certeza de que aves devidamente cozidas são seguras para o consumo”, finalizou a nota. (CarneTec)