O dólar segue em queda leve no mercado à vista nesta quinta-feira, alinhado ao desempenho ante pares emergentes do real. O volume de serviços em dezembro veio dentro do resultado negativo esperado, apoiando pano de fundo de cautela com a atividade econômica após os fracos IPCA de janeiro e dados do varejo de dezembro. Os investidores aguardam a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (10h), em conferência promovida pelo JP Morgan, e monitoram possíveis novos ingressos de fluxo de investidor estrangeiro em meio a uma série de IPOs na bolsa e captações corporativas no exterior.
O dólar fraco no exterior reflete ainda a fala suave do presidente do Fed, Jerome Powell, que sinalizou para continuidade da política monetária acomodatícia e falou que “há riscos de baixa” para a economia americana no cenário atual, reforçando as expectativas por um acordo sobre o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão proposto pelo governo Biden.
O volume de serviços prestados caiu 0,2% em dezembro na margem, informou o IBGE, perto da mediana das projeções de -0,3%.
No radar seguem também as discussões sobre a volta do auxílio emergencial, que limitam uma queda mais forte do dólar e ajudam a imprimir viés de alta nos juros, segundo operadores. A perspectiva é de uma definição do custo fiscal da retomada do auxílio emergencial só depois do carnaval.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), disse ontem à noite que a prorrogação do auxílio emergencial é uma das suas prioridades de curto prazo à frente da Casa. Em entrevista à Band News, Lira voltou a falar em “excepcionalizar” de novo o teto de gastos e entrar com uma medida de guerra”.
Lira citou a possibilidade de pagamentos por dois a quatro meses, “para que dê tempo para o Congresso tomar decisões, sempre respeitando o teto de gastos, a responsabilidade fiscal.” O parlamentar disse também que é necessário avançar com uma agenda de reformas e que não haveria problemas de discutir uma nova CPMF nos moldes da que foi proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para financiar a desoneração da folha de pagamentos, mas que ainda não debateu o tema com Guedes.
Às 9h35, o dólar à vista caía 0,38%, a R$ 5,3512. O dólar futuro para março recuava 0,70%, a R$ 5,3540. (IstoÉ)