O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (1º), devolvendo parte de seus ganhos recentes em meio à melhora do sentimento global, em dia marcado pelas eleições no Congresso e pelos persistentes temores fiscais domésticos.
A moeda norte-americana recuou 0,40%, vendida a R$ 5,4488. Veja mais cotações. Na mínima da sessão, chegou a R$ 5,4188. Na máxima, foi a R$ 5,4859.
Na sexta-feira, o dólar norte-americana subiu 0,69%, a R$ 5,4705. No acumulado do ano, a moeda norte-americana acumula avanço de 5,04%.
O Banco Central realizou neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em junho e outubro de 2021.
De olho nos desdobramentos para a política fiscal, o mercado começa a semana na expectativa pelas eleições para os comandos da Câmara e do Senado, com os dois candidatos publicamente apoiados pelo governo – Arthur Lira (PP-AL) para a Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) ao Senado- mantendo favoritismo.
“O desfecho das eleições tem como principal promessa destravar a agenda de reformas”, explicou à Reuters Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos, destacando a atenção dos mercados à postura do governo diante da sustentabilidade das contas públicas e esperanças de que as necessidades da população em meio à pandemia sejam equilibradas com as necessidades fiscais.
Uma eventual retomada do auxílio emergencial – que foi encerrado em dezembro – tem sido objeto de discussões de candidatos ao comando das duas Casas Legislativas e deve voltar com força na agenda política no retorno dos parlamentares ao trabalho, em meio a temores de que o teto de gastos brasileiro seja furado em 2021.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a continuidade do auxílio emergencial quebraria o Brasil e teria uma série de outras consequências desastrosas, enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu que, caso o auxílio seja reeditado, haja travamento de outras despesas.
Nesta segunda, analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa para a inflação em 2021 pela quarta semana seguida e passaram a prever uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) levemente maior. O mercado segue prevendo alta na Selic em 2021. Em janeiro, o Copom realizou a sua primeira reunião de 2021 e decidiu manter a taxa básica de juros em 2% ao ano. Mas ata do Copom indicou um BC mais disposto a elevar a Selic.
A fraqueza da divisa brasileira está associada, entre outros motivos, aos juros baixos, que deixam a moeda mais vulnerável a apostas de venda, num contexto de ampla incerteza sobre os rumos da política fiscal.
Para Alejandro Ortiz, as expectativas de aumento da taxa Selic ainda no primeiro semestre deste ano é um fator de apoio para o real, segundo a Reuters.
A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5 para R$ 5,01. Para o fechamento de 2022, ficou estável em R$ 5 por dólar.
A disseminação da Covid-19 e o ritmo da imunização da população também eram acompanhados de perto pelos investidores globais. (G1)