O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, renunciou ao cargo nesta terça-feira (26), uma semana depois de ter sobrevivido a um voto de confiança no Parlamento.
A renúncia foi oficializada em uma reunião com o presidente Sergio Mattarella e, paradoxalmente, é uma última tentativa do premiê de se manter no poder.
Sua decisão ainda é reflexo da crise aberta pelo ex-primeiro-ministro e senador Matteo Renzi, líder do pequeno partido de centro Itália Viva (IV), que decidiu romper com o governo por discordar de suas políticas econômicas e para a gestão de repasses da União Europeia.
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, renunciou ao cargo nesta terça-feira (26), uma semana depois de ter sobrevivido a um voto de confiança no Parlamento.
A renúncia foi oficializada em uma reunião com o presidente Sergio Mattarella e, paradoxalmente, é uma última tentativa do premiê de se manter no poder.
Sua decisão ainda é reflexo da crise aberta pelo ex-primeiro-ministro e senador Matteo Renzi, líder do pequeno partido de centro Itália Viva (IV), que decidiu romper com o governo por discordar de suas políticas econômicas e para a gestão de repasses da União Europeia.
Seu objetivo é obter do presidente Mattarella um mandato para tentar formar um novo governo – seu terceiro em menos de três anos -, porém desta vez com uma maioria sólida no Parlamento.
Conte tem o apoio do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), do centro-esquerdista Partido Democrático (PD) e de legendas nanicas do campo progressista, mas precisará atrair senadores da oposição conservadora ou eventuais dissidentes do Itália Viva.
Também existe a hipótese de reabrir negociações com o partido de Renzi, embora essa alternativa tenha sido descartada na semana passada por representes do M5S e do PD. “Se Conte não colocar vetos contra o IV, a delegação do IV não colocará vetos contra seu nome”, disse uma fonte da legenda centrista na noite da última segunda-feira (25).
Próximos passos – Com a renúncia de Conte em mãos, Mattarella deve iniciar consultas com os partidos para verificar a possibilidade de se construir uma nova maioria no Parlamento.
O presidente poderia, inclusive, indicar outra pessoa para formar um governo, dependendo dos resultados das conversas com as legendas. Alguns membros do M5S e do PD dizem nos bastidores que a prioridade é evitar eleições antecipadas – o próximo pleito está previsto para 2023 – em plena pandemia, e não reeleger Conte.
Os partidos de extrema direita Liga, de Matteo Salvini, e Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni, querem a convocação de eleições, enquanto o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, que poderia ser redimensionado por uma ida antecipada às urnas, já defendeu um “governo de união nacional” para administrar a Itália nos próximos meses de pandemia.
O país é um dos mais atingidos pelo novo coronavírus e tem uma das maiores taxas de mortalidade por Covid-19 em todo o mundo, com 141,42 óbitos para cada 100 mil habitantes. Segundo a Universidade Johns Hopkins, esse índice é inferior apenas aos de San Marino (que fica dentro da Itália), Bélgica, Eslovênia, Reino Unido e República Tcheca.
Trajetória – Desconhecido da maioria dos italianos até o primeiro semestre de 2018, Conte é advogado de carreira e assumiu o cargo de premiê em 1º de junho daquele ano, sem ter sido eleito para o Parlamento.
Seu nome foi indicado pelo M5S para chefiar o governo de aliança com a Liga, que duraria até setembro de 2019. Após a crise aberta por Salvini, o PD e partidos menores de esquerda entraram na base aliada para evitar eleições antecipadas, que provavelmente dariam a vitória ao ex-ministro do Interior. (ANSA)