Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto

 

Os preços praticados do milho ao longo de 2017 se mantiveram abaixo da média histórica dos últimos 10 anos, em R$ 36,84/saca de 60 kg.

Mas apesar de o mercado futuro ainda indicar preços inferiores à média, a recuperação das cotações a partir de agosto puxou os valores a níveis mais próximos dos patamares históricos.

Além disso, se corrigirmos o indicador do milho CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) desde 2007, observa-se que a mínima de junho deste ano no valor de R$25,50 respeitou o mesmo suporte de setembro/14 (gráfico 1).

A expectativa de queda para área e para a produção de milho na próxima safra causa pressão positiva sobre as cotações, e possivelmente a mínima não deve ser testada novamente nos curto e médio prazos.

O levantamento demonstra também que, quando o indicador atinge patamares próximos a R$ 25,00/saca, há um desestímulo à negociação e ao cultivo do cereal, resultando em pressão positiva aos preços.

Já a resistência em R$ 45,00/saca registrada em janeiro de 2011 e novembro de 2012, foi rompida com a quebra de safra de 2015/16, marcando a nova máxima de R$ 53,00/saca.

No momento os preços futuros ainda registram valores inferiores à média do período analisado, com o maior valor fixado pelo contrato de março/18, cotado hoje a R$ 33,40/saca. Já que os altos estoques ainda mantêm o preço do milho em patamares baixos.

De acordo com o último levantamento do IBGE os estoques brasileiros subiram 56% desde junho de 2016, passando de 8,4 para os atuais 13 milhões de toneladas.

Por outro lado, o mercado futuro ainda deve ser balizado nos próximos meses, conforme o avanço da primeira e da segunda safra de milho, com destaque para a safrinha, dada a sua importância na produção do cereal brasileiro. Ademais, a expectativa de alta para a demanda em 2018 também deve pressionar positivamente as cotações.

A princípio, os preços devem retomar os patamares da média histórica, e uma alta mais expressiva será resultado da produção da segunda safra do milho. Com a expectativa de demanda aquecida para o próximo ano, uma produção inferior às estimativas pode pressionar os valores até os patamares de 2011, acima de R$ 40,00/saca de 60 kg.

Por fim, com os preços do milho ainda em patamares baixos, a média histórica e a movimentação positiva para as cotações da arroba devem favorecer positivamente a quantidade de animais nos próximos giros de confinamento. Com a recuperação do resultado da atividade, a projeção também se dá pela expectativa de alta do consumo de carne bovina e um ciclo pecuário em fase de baixa que sugere um maior volume de abates em 2018.