Yago Travagini é economista e consultor pela Agrifatto
As exportações de carne bovina voltaram a apresentar força, com números semelhantes aos de novembro/20. Foram 40,68 mil toneladas de proteína bovina encaminhadas para fora do país nos últimos cinco dias úteis, resultando em uma média diária de 8,14 mil toneladas, 26% maior que a média de dezembro/20. Além disso, o comparativo anual demonstra um crescimento de 53% na média diária embarcada. O avanço do dólar para próximo da casa dos US$ 5,50 tem atuado como um estímulo as vendas.
Ainda assim, vale ressaltar que a primeira semana dos meses costuma ter um bom resultado para as exportações de proteína animal, deve-se ficar de olho agora no encaminhamento das próximas semanas. O preço estagnado na casa dos US$ 4,5 mil/t fez com que a receita obtida com a venda de proteína bovina evoluísse na mesma proporção do volume, aumentando 26% no comparativo mensal.
Com pouco mais de 641 mil toneladas embarcadas durante a última semana, a exportação de milho brasileira começa a dar sinais de recuo frente a diminuição de oferta no mercado interno. A média diária de cereal embarcado ficou em 128,26 mil toneladas, 44% a menos do que em dezembro/20.
O recuo foi menos intenso sobre a receita, isso por que o preço médio do milho vendido pelo Brasil para o mercado externo apresentou valorização de 15% no comparativo com dezembro/20, movimento justificado pelas altas das cotações do cereal em Chicago que já se aproxima dos US$ 5,00/bu. A receita média diária obtida com a venda de milho ficou em US$ 28,49 milhões, 35% abaixo de dezembro/20.
A escassez de soja no mercado interno levou as exportações da oleaginosa a registrarem o ínfimo volume de 58 kgs embarcados para fora do país na última semana. Com isso, praticamente não há referência de comparação com anos ou meses anteriores, visto que esse volume exportado representa um recuo de 100% frente a média diária do mês passado ou do mesmo mês de 2020.