Houve um salto positivo no clima econômico dominante no País entre o trimestre maio/julho e o trimestre agosto/outubro deste ano, segundo o Indicador de Clima Econômico (Ice) da América Latina, elaborado pelo instituto alemão Ifo e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Enquanto o Ice da América Latina aumentou 26,6 pontos entre julho e outubro, o Ice brasileiro acusou alta de 33 pontos, passando de 59 pontos para 91,7 pontos e ajudando a fortalecer o humor econômico de toda a região, na qual o Brasil tem um peso de 36,9%. (Este peso é avaliado pelo tamanho do Produto Interno Bruto medido pela paridade do poder de compra.)

A sondagem, feita com 130 especialistas de 17 países latino-americanos, mostrou que os bons resultados decorreram, em parte, da evolução favorável da economia global. A economista Lia Valls, da FGV, notou que “a América Latina acompanha os ventos favoráveis que predominam no cenário internacional e que sinalizam uma retomada sustentada do crescimento econômico”.

Os números relativos ao Brasil mostraram uma mudança notável, pois no auge da recessão brasileira, em outubro de 2015, o Ice brasileiro acusava apenas 26,2 pontos, superando apenas os do Equador e da Venezuela.

O indicador de situação atual da economia brasileira ainda é muito baixo, de 26,1 pontos em outubro, mas o indicador de expectativas registra 191,3 pontos e é o mais elevado da América Latina, bem acima dos índices do Chile (180 pontos), do Peru (176,9 pontos) e da Argentina (173,3 pontos).

Os números da pesquisa refletem os resultados positivos que vêm sendo alcançados pela economia brasileira. O Ice de outubro já é próximo da média brasileira de dez anos (93,9 pontos) e supera a média latino-americana (89,2 pontos). Em outubro, o País ficou acima do México e pior que a Argentina, cujo clima melhorou muito no governo de Macri.

Entre os cinco itens que mais pesam contra o clima econômico no País estão a corrupção, a infraestrutura inadequada, a falta de demanda e de competitividade internacional e a instabilidade política. Cabe reconhecer que a aprovação de reformas relevantes, como a trabalhista, somada à queda da inflação e dos juros, tenderá a provocar bons efeitos tanto sobre a competitividade como sobre a demanda interna. (AE)