As atividades de processamento de grãos foram interrompidas nesta quinta-feira em várias fábricas do polo agroindustrial da Argentina, na região de Rosário, devido a uma greve de 24 horas que começou no início da manhã, disse o chefe da câmara de indústrias Ciara.
O sindicato dos trabalhadores em indústrias de oleaginosas Soea está em greve por reivindicações relacionadas a pagamentos de bônus pelo trabalho durante a pandemia de Covid-19.
O sindicato já havia feito uma greve em outubro sobre o assunto, e as negociações com as empresas desde então não conseguiram encerrar o impasse. A Argentina é o maior exportador global de óleo e farelo de soja, derivado da soja cultivada nas férteis terras do país.
“As fábricas de San Lorenzo estão paradas”, disse à Reuters o presidente do Ciara, Gustavo Idígoras, acrescentando que em Puerto General San Martín e Timbúes – as outras cidades que formam o polo agroexportador– os sindicalistas da Soea trabalhavam meio período.
“Insistimos em retomar o diálogo e a negociação”, acrescentou Idígoras.
“Já acertamos o reajuste salarial até agosto do ano que vem. O bônus especial da Covid que eles estão pedindo é impossível. Precisamos voltar à mesa para fechar o acordo em breve”, disse.
A Ciara representa as principais esmagadoras da Argentina. Os grupos de commodities Cargill, Cofco International, Terminal 6, uma joint venture entre a Bunge e a AGD local, e a argentina Buyatti têm plantas em San Lorenzo. Juntos, eles têm capacidade diária de processamento de 35,5 mil toneladas, com base nos dados da Bolsa de Grãos de Rosário. O centro agroexportador concentra cerca de 80% das exportações agrícolas e agroindustriais da Argentina. (Reuters)