O setor público consolidado brasileiro teve déficit primário de 64,56 bilhões de reais em setembro, divulgou o Banco Central nesta sexta-feira, dado abaixo do esperado e influenciado pelo resultado positivo de Estados e municípios.Em pesquisa Reuters, a expectativa era de déficit de 74,2 bilhões de reais para o mês.
O rombo do governo central (governo federal, BC e Previdência) foi de 75,15 bilhões de reais no período, novamente impactado pelos gastos extraordinários no enfrentamento à pandemia de coronavírus.
Enquanto isso, Estados e municípios tiveram superávit de 9,96 bilhões de reais e as empresas estatais ficaram no azul em 628 milhões de reais.
Nos nove primeiros meses do ano, o déficit do setor público consolidado foi a 635,93 bilhões de reais e, em 12 meses, o rombo foi de 655,31 bilhões de reais, equivalente a 9,08% do Produto Interno Bruto (PIB).
A projeção mais recente do Ministério da Economia é de um déficit do setor público consolidado de 895,8 bilhões de reais para o setor público consolidado (12,5% do PIB) neste ano, mas o dado será atualizado em coletiva de imprensa nesta tarde.
DÍVIDA
Em setembro, a dívida pública bruta saltou a 90,6% do PIB, sobre 88,8% em agosto, renovando assim seu novo recorde histórico. A expectativa do mercado, segundo pesquisa Reuters, era de que fosse a 90,3% do PIB.
No acumulado do ano, o indicador, considerado principal parâmetro da saúde fiscal do país, já teve uma alta de 14,8 pontos percentuais, sendo que as emissões líquidas de dívida responderam por 9,1 pontos desse crescimento, ressaltou o BC.
A dívida líquida, por sua vez, foi a 61,4% do PIB em setembro, ante 60,7% no mês anterior e abaixo da projeção de analistas de 61,8% do PIB. (Reuters)