Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto

 

Nessa semana a formação dos preços de grãos mostrou-se com alta volatilidade, as expectativas e oscilações podem ser notadas no mercado internacional e também nas cotações domésticas.

Os valores podem sofrer pressão negativa nas próximas semanas, ainda que amenizadas pela recente alta do dólar.

Mercado Futuro

As cotações da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago – CBOT para o contrato de janeiro/17 estão em tendência primária de alta desde metade de agosto, quando subiram 47,75 pontos, uma alta de 5,11%.

Apesar do movimento positivo das cotações, essa semana foi marcada por correções técnicas e preços em baixa, resultado do avanço da colheita nos Estados Unidos (em ritmo normal e em torno de 70%), das previsões climáticas que podem favorecer o início da safra brasileira, e ainda pela valorização cambial ocorrida desde a semana passada.

O cenário indica a atual volatilidade para as cotações da soja, que essa manhã começaram valendo US$ 9,83/bushel. O canal de alta ainda se mantém e a análise gráfica mostra que as cotações estão em um suporte de preços, que se perdido tem como próxima sustentação o valor de US$ 9,75/bushel, ainda em patamares de remuneração positivo aos produtores brasileiros.

Já as cotações do milho na CBOT do contrato de Dez/17, registram movimento lateral, com ligeira queda de 0,43% desde o início da semana, valendo essa manhã US$ 3,49/bushel.

Mercado Físico

A baixa liquidez e a demanda por grãos em determinadas regiões favoreceram um movimento de alta para a soja de 3,10% e para o milho de 4,72% na comparação mensal, e assim os preços recuperaram respectivamente os patamares de julho e março de 2017.

A pressão positiva confirma-se pelos indicadores crescentes do Centro de Estudos em Economia Aplicada – CEPEA (gráfico 2 – indicador para a soja no eixo da esquerda e para o milho no eixo da direita, ambos em R$/saca de 60 kg).

Além disso, já se observa uma correção da tendência de alta dos preços do milho, dado os avanços dessa safra e a maior liquidez no mercado doméstico.

Dessa forma, a comercialização atrasada esse ano tanto para a safra antiga quanto para a atual, devem ganhar ritmo mais acelerado a partir da consolidação do novo ciclo produtivo, associado ainda ao aumento cambial das últimas semanas, que pressionaram positivamente os preços nos portos, gerando uma oportunidade de venda.

Portanto, as próximas semanas podem alterar os preços significativamente se o plantio da safra contar com avanços importantes, se configurando como uma resistência as altas no mercado futuro e físico, já que eleva a segurança de oferta de matéria prima para o próximo ano.

Os gráficos 3 e 4 ilustram a variação semanal dos preços no atacado para a soja e para o milho.