(Agência Brasil)
Ao fazer um balanço sobre a votação ocorrida ontem (25) no plenário da Câmara que rejeitou por 251 a 233 votos o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o presidente Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, avaliou que tudo ocorreu dentro do previsto e sem “surpresa”. Foram 486 votantes e 25 ausentes.
Na votação, a Câmara rejeitou também pedido da PGR para investigar Padilha e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.
Embora o número de votos pela rejeição da denúncia contra Temer tenha sido menor que o da votação da primeira denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Temer, Padilha disse que a leitura do governo é positiva.
“Está dentro do que era previsível. Tivemos 251 votos e 25 deputados que marcaram presença e não votaram. Ora, quem vota contra o governo, quem queria a aceitação da denúncia, votou. Quem deixou de votar é porque não queria. Então, esses 25 votos são votos que para nós do governo têm uma significação especial também”, disse.
Padilha falou sobre o resultado da votação após participar do o 1º Fórum Nacional de Controle, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em entrevista após o evento, Padilha afirmou que o governo compreende as razões daqueles que se ausentaram da sessão de ontem na Câmara. “Cada um tem sua explicação pessoal”, completou.
Reforma da Previdência
Ao ser questionado se após obter 251 votos favoráveis na votação de ontem o governo terá força para alcançar os 308 votos do total de 513 deputados para aprovar na Câmara a Reforma da Previdência, o ministro respondeu que os votos pela rejeição da denúncia contra Temer não podem ser tomados como base para a votação da reforma. Na avaliação de Padilha, há consciência dos parlamentares de que a reforma é necessária para o país.
“Cada momento tem uma explicação. Não podemos dizer que os mesmos votos dessa rejeição da denúncia sejam os votos da Previdência. Tem muitas pessoas que não votaram ontem e têm compromisso com a reforma da Previdência.”
Padilha disse ainda que agora o governo irá conversar com as liderança partidárias da sua base de apoio para encaminhar uma agenda de trabalho conjunta com o Congresso Nacional de forma a “alavancar esse momento riquíssimo para a economia nacional” e gerar emprego e renda à população.
A denúncia
No dia 14 de setembro, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot apresentou ao STF a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Em junho, Janot já havia denunciado o presidente pelo crime de corrupção passiva. Desta vez, Temer foi acusado de obstrução de Justiça e de organização criminosa.
De acordo com a denúncia, o presidente e outros membros do PMDB teriam praticado ações ilícitas em troca de propina, por meio da utilização de diversos órgãos públicos. Além de Temer, foram acusados de participar da organização os integrantes do chamado “PMDB da Câmara”: Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures, Eliseu Padilha e Moreira Franco. Todos os denunciados negam as acusações.