Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto

O plantio da nova safra brasileira de soja já conta com atraso em relação ao ano passado. Até o momento, 20% da área prevista já foi semeada, uma redução de 8 p.p na comparação anual, mas os dados ainda se encaixam na média dos últimos 5 anos.

O Sul do país é a região que está mais adiantada, empurrando para cima a média brasileira mais próxima aos patamares normais. O destaque fica por conta de Santa Catarina, com quase 15% da área prevista semeada. São Paulo também se apresenta em ritmo mais acelerado do que anos anteriores.

Em contrapartida, Goiás, Mato Grosso e os estados do MATOPIBA têm, nessa ordem, os maiores atrasos na semeadura. Geralmente para esta época do ano, Goiás conta com 10% da área plantada, mas nessa safra conta com metade dessa proporção. Em Mato Grosso o plantio varia para cada região, com a média no estado e torno de 22%, praticamente metade do alcançado no mesmo período do ano passado, mas ainda assim dentro de um faixa normal para a média do estado.

De toda forma, ainda é cedo para concluir o impacto do clima nessa safra brasileira, especialmente pela previsão de chuvas nas próximas semanas. O importante a partir de agora é a uniformidade de precipitação para o bom desenvolvimento das lavouras e, se o bom cenário se confirmar, uma pressão negativa aos preços poderá ser progressivamente observada conforme o avanço no campo.

Condições climáticas mais favoráveis, que oferecem maior segurança ao desenvolvimento das lavouras, resultam também em melhor liquidez no mercado, já que a possibilidade de uma safra ruim gera desestímulo à oferta do grão armazenado.

De acordo com as previsões, ainda nesta semana as chuvas devem ocorrer em menor intensidade. Espera-se para MT, maior parte do MS e sul de Goiás, volumes em torno de 15 a 25 mm. Mas já na próxima semana e primeira metade de novembro, a maior precipitação esperada para as regiões de produção agrícola deve acelerar o ritmo de plantio, com chuvas marcadas também para MG e BA.

Por fim, a previsão é também de maior instabilidade no Sul do país, com riscos de novos danos às lavouras em desenvolvimento. Espera-se 100 mm de precipitação para algumas áreas da região Sul do país até o final desse mês.