A produção de carne suína da China aumentou 18% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para 8,4 milhões de toneladas, de acordo com cálculos da Reuters baseados em dados oficiais, apontando para os primeiros sinais de recuperação no maior produtor mundial da proteína.
Foi o primeiro trimestre desde o intervalo julho-setembro de 2018 a mostrar um aumento de produção no comparativo anual, depois que uma epidemia de peste suína africana (PSA) atingiu o plantel de suínos do país, causando uma queda.
A doença atingiu as fazendas de suínos da China em agosto de 2018 e reduziu o estoque de criações em cerca de 60% até o final do ano passado.
A produção da carne caiu para o menor nível em 16 anos, de 42,6 milhões de toneladas em 2019, e deve contrair mais 20% este ano, segundo o Rabobank.
Mas a produção nos primeiros nove meses de 2020 caiu apenas 10,8% em relação ao ano anterior, para 28,38 milhões de toneladas, disse o Escritório Nacional de Estatísticas nesta segunda-feira.
“Isso é maior do que o esperado”, disse Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank, referindo-se ao volume produzido.
O firme aumento no terceiro trimestre de 2020 foi ajudado por uma base comparativa fraca em 2019, quando a produção havia caído 42% em relação ao ano anterior, para apenas 7 milhões de toneladas, e o pior impacto da peste suína ficou claro.
Outros analistas também questionaram os dados que mostram que o número de fêmeas reprodutoras aumentou 28%, para 38,22 milhões de cabeças, próximo aos níveis anteriores à PSA.
O número de suínos abatidos caiu 11,7% nos primeiros nove meses, para 361,86 milhões, mostram também os dados.
A produção de carne bovina e ovina também recuou nos nove meses, 1,7% e 1,8%, respectivamente, de acordo com os dados oficiais, embora a de aves, substituto mais barato da proteína suína, tenha crescido 6,5% no período. (Reuters)