O Reino Unido tende a manter a lista de plantas de carnes já habilitadas a exportar para a União Europeia (UE) após a saída definitiva do bloco, a partir de janeiro de 2021, segundo representantes da associação britânica de comércio de carnes em webinar promovido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) na quinta-feira (14).
“O Reino Unido está buscando copiar e colar a lista de estabelecimentos aprovados pela UE”, disse a CEO da International Meat Trade Association (IMTA), Katie Doherty.
O Reino Unido mantém negociações com a UE para definir acordos comerciais após o período de transição da saída do país do bloco. Representantes do setor de carnes e o governo brasileiro também estão buscando negociar com o Reino Unido para garantir acordos que mantenham o comércio com o país no novo cenário.
Ainda há incertezas quanto ao impacto dos acordos a serem fechados entre o bloco europeu e o Reino Unido nas negociações no comércio entre os britânicos e países fora da UE.
Katie Doherty disse que não está claro se o Reino Unido irá, por exemplo, seguir a UE em decisões relacionadas à suspensão de plantas habilitadas a exportar carnes para o bloco ou se estabelecerá critérios próprios.
O Brasil exportou 251,6 mil toneladas de carne de frango para os países da UE em 2019, dos quais 75,3 mil seguiram para o Reino Unido, segundo informações da ABPA. A carne suína brasileira não é autorizada a entrar no bloco.
Katie disse que ainda não há definição sobre se o Reino Unido autorizará a importação de carne suína brasileira após a saída definitiva da UE.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, disse que a associação está trabalhando para fechar acordos de comércio com o Reino Unido. “O Brasil e importadores e processadores de carnes do Reino Unido têm uma parceria de longo prazo que não irá acabar. Tenho certeza de que continuaremos parceiros, trabalhando juntos. O Reino Unido pode sempre contar conosco”, disse ele. (CarneTec)