As importações de soja pela China aumentaram em setembro, à medida que cargas atrasadas na alfândega começaram a chegar, e devem permanecer robustas nos próximos meses devido ao aumento das chegadas dos Estados Unidos como parte do acordo comercial entre norte-americanos e chineses.
A demanda pela oleaginosa deve permanecer forte no maior importador de soja do mundo devido à rápida recuperação do rebanho de suínos local após a peste suína africana.
A China importou 9,79 milhões de toneladas de soja em setembro, alta de 1,9% ante 9,6 milhões de toneladas em agosto, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas divulgados nesta terça-feira.
Os números também mostram alta de 19% ante setembro do ano passado (8,2 milhões de toneladas).
“Algumas cargas foram atrasadas antes e liberadas pela alfândega em setembro”, disse Xie Huilan, analista da consultoria agrícola Cofeed. “Os embarques ainda eram principalmente do Brasil.”
Processadores de soja vinham aumentando as importações de grãos brasileiros antes, com boas margens de esmagamento, e grandes volumes importados da oleaginosa nos últimos meses levaram os estoques na China a níveis recordes.
As exportações do Brasil aumentaram depois de março com a melhora do clima. Os embarques do país sul-americano têm diminuído, no entanto, à medida que a colheita se aproxima do fim.
A China também encomendou grandes volumes de soja dos EUA, mas principalmente para entrega no novo ano-mercado (setembro a agosto), em parte para cumprir sua promessa no acordo comercial de Fase 1 que os dois países assinaram em janeiro deste ano.
A expectativa é de que os carregamentos dos EUA aumentem no mês que vem e continuem subindo nos próximos meses, segundo analistas.
Os estoques semanais nacionais de farelo de soja na China estavam em 994.500 toneladas em 11 de outubro, recuando depois de terem atingido recorde de 1,27 milhão de toneladas no final de agosto.
Os estoques de soja estavam em 7,12 milhões de toneladas em 11 de outubro.
A China, maior produtor mundial de porcos, tem trabalhado para aumentar a produção depois que os surtos de peste suína africana, descobertos pela primeira vez no país em agosto de 2018, dizimaram seu enorme rebanho.
As importações de soja nos primeiros nove meses de 2020 aumentaram 15,5% com relação ao ano anterior, para 74,53 milhões de toneladas.
As importações de óleos vegetais em setembro foram de 921 mil toneladas, queda de 5,6% em relação ao mês anterior. (Reuters)