O Brasil poderá atingir um novo recorde de produção de soja no ano que vem, de 131,7 milhões de toneladas, estimou nesta quinta-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), elevando sua projeção ante os 130,5 milhões vistos em agosto.
“A crescente demanda pelos produtos do complexo soja nos mercados interno e externo… contribuirá para o aumento de produção no próximo ano”, afirmou a entidade em nota.
Enquanto os preços no mercado físico brasileiro estão em patamares recordes, sojicultores no Brasil já comercializaram mais da metade da sua produção de 2021 antecipadamente.
A estimativa para as exportações da oleaginosa em 2021 foi revisada com um acréscimo de 2 milhões de toneladas, para 82 milhões de toneladas, em relação à perspectiva anterior.
Já a projeção para o esmagamento doméstico foi elevada em 500 mil toneladas, para um recorde de 45,5 milhões de toneladas no ano que vem. Com isso, a Abiove espera que a produção de farelo de soja alcance 34,6 milhões de toneladas (+1,8% no comparativo anual), enquanto a fabricação do óleo ficará em 9,15 milhões (+2%).
IMPORTAÇÃO MAIOR
“As estatísticas da Abiove indicam também que a indústria já se ajustou para atender o crescimento da demanda doméstica durante o período de entressafra de soja e manutenção das fábricas, com aumento das importações de grãos e óleo que devem atingir este ano 850 mil e 150 mil toneladas, respectivamente.”
A associação ainda disse que, com o início da safra em janeiro e a projeção de novos recordes de produção para 2021, o suprimento do mercado interno será normalizado.
Vale destacar que analistas de mercado alertam para a possibilidade de algum comprometimento na oferta da oleaginosa em janeiro, decorrente do atual atraso no plantio por falta de chuvas.
A perspectiva de importação de 850 mil toneladas para este ano foi reajustada, ante a expectativa divulgada em agosto de que somente 500 mil toneladas seriam adquiridas no mercado internacional.
A elevação nas compras externas do grão veio após meses de exportações aquecidas pelo dólar e firme demanda, que resultaram em restrição na oferta de matéria-prima para a indústria local.
Para 2020, a Abiove fez um acréscimo de 500 mil toneladas na projeção de exportação, comparada à estimativa anterior, e agora espera que os embarques alcancem 81 milhões de toneladas.
A produção teve um reajuste mais moderado, de 300 mil toneladas, e deve fechar 2020 com 125,8 milhões de toneladas, de acordo com a associação.
No mercado interno, o processamento foi mantido em 44,6 milhões de toneladas em 2020, assim como as produções de farelo e óleo de soja, estimadas em 33,99 milhões de toneladas e 8,97 milhões de toneladas, respectivamente, para 2020. (Reuters)