Com uma última quinzena decepcionante, o mês de setembro/20 encerrou-se com um total de 142,35 mil toneladas de carne bovina in natura embarcadas para fora do país, um recuo de 13% frente o total exportado no mês de agosto/20. A elevação dos estoques chineses de proteína animal, pode ter reduzido o apetite do país nas compras das últimas semanas do mês. A receita com as vendas de proteína bovina bateu os U$$ 583,14 milhões, 11% piores do que em agosto/20, levemente melhor que a queda no volume graças aos preços que aumentaram em 2,20%.
A queda no volume e na receita exportada no mês de setembro/20 aumenta levemente as preocupações de que a demanda externa não desempenhe tão bem no último trimestre do ano. Afinal, foi a primeira vez depois de seis meses que não foi rompido um recorde histórico mensal de volume exportado. Ainda assim, visualizamos que as exportações continuam aquecidas, principalmente por conta do câmbio desvalorizado.
Com mais uma semana de retração nos volumes embarcados, a exportação de milho fechou o mês de setembro/20 com pouco mais de 6,60 milhões de toneladas embarcadas para fora do país. O avanço frente ao mês de agosto/20 foi de apenas 1,90%, mesmo com uma maior quantidade de cereal já disponível no mercado. A receita obtida com a venda de milho atingiu os US$ 1,08 bilhão, com uma elevação um pouco maior frente a agosto/20 (+3,65%), ocasionada pelos aumentos do preço internacionais do milho em setembro/20.
Com essa performance, o terceiro trimestre de 2020 finaliza com um desempenho 13% pior que o mesmo período de 2019. E, apesar de 2,60 milhões de toneladas a menos terem sido encaminhadas para do país nos últimos três meses, os preços seguiram em forte evolução, rompendo os R$ 64,00/sc no mercado físico. A demanda interna aquecida pelas indústrias de proteína animal dita o ritmo dessa sustentação dos preços.
Com um volume reduzido de soja disponível, os embarques de soja brasileira fecharam o mês de setembro/20 recuando 28% no comparativo com agosto/20. Foram 4,47 milhões de toneladas exportadas durante o mês, contra 6,23 milhões contra o mês passado. A queda na receita obtida foi de 25%, levemente menor que o volume graças a elevação de 3% no preço médio da oleaginosa exportada.
A soja brasileira entra agora em um ambiente altamente competitivo, com um volume ínfimo de oleaginosa disponível no mercado interno e a com os EUA aumentando sua colheita e oferta de grão no mercado internacional. A queda nas exportações de soja deve perdurar até janeiro/21.