O número de pessoas ocupadas na agropecuária no trimestre móvel encerrado em julho continuou bastante aquém do limite inferior do que pode ser considerado normal. O número observado (8,049 milhões) é 3,7%, ou 310 mil pessoas, abaixo do esperado para esse período, conforme modelo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, de Piracicaba (SP).
O estudo considera dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os quais mostram que 8,049 milhões de pessoas estavam ocupadas na agropecuária em maio-junho-julho, com leve alta de quase 1% em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior (abril-maio-junho). Ainda assim, frente ao mesmo trimestre móvel de 2019, a população ocupada teve queda de 6,9%, o equivalente a 599 mil pessoas.
Segundo o relatório trimestral de mercado de trabalho divulgado pelo Cepea, houve forte recuo no número de pessoas ocupadas no agronegócio, em geral, entre os segundos trimestres de 2019 e de 2020. “Foi a maior queda nessa comparação desde o início da série histórica do Cepea, em 2012 – possivelmente relacionada à pandemia do novo coronavírus”, relata o Cepea em comunicado.
Setorialmente, os destaques em reduções foram: cana-de-açúcar, café, produção florestal e “outras lavouras” na agricultura, e vestuários e acessórios, produtos e móveis de madeira, massas e outros, papel e celulose e bebidas na agroindústria agrícola.
Na agroindústria agrícola, apenas a de óleos e gorduras vegetais apresentou aumento no número de pessoas ocupadas. No ramo pecuário, houve reduções para pesca, aquicultura e bovinocultura e para a indústria de couro e calçados de couro. Ao contrário, o número de ocupações cresceu para as criações de suínos , aves e para laticínios. (AE)