O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do país cresceu 5,26% no primeiro semestre de 2020 ante o mesmo período do ano passado, segundo cálculos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
O avanço foi puxado pelo segmento primário (“dentro da porteira”), que cresceu 14,91% de janeiro a junho, seguido por serviços (4,76%) e insumos (1,69%). Segundo CNA e Cepea, a agroindústria, bastante afetada pela pandemia, registrou queda de 0,76%.
“Pelo lado da oferta, a volumosa safra de grãos tem garantido atendimento à crescente demanda internacional pelos produtos do agronegócio brasileiro, impulsionada também pela desvalorização do Real frente ao dólar”, avaliam CNA e Cepea.
As contas mostram que o PIB das principais lavouras agrícolas cresceu 2,93% no primeiro semestre deste ano, impulsionado pela atividade primária. “O excelente resultado do segmento primário agrícola reflete os preços maiores de janeiro a junho de 2020, frente ao mesmo de 2019, a expectativa de maior produção na safra atual com uma safra recorde de grãos e crescimento destacado de produtos como café e laranja”, dizem CNA e Cepea.
Já o PIB da pecuária registrou alta de 10,41%, também graças aos bons preços das proteínas animais. “Embora alguns preços do ramo pecuário tenham sido pressionados para baixo diante da pandemia de covid-19 em abril e maio, em junho houve recuperação”, ressalta o estudo.
Apenas em junho, o PIB do agronegócio aumentou 1,31%. “Apesar da pandemia — e de efeitos negativos significativos em diferentes momentos do ano, particularmente nos segmentos de hortícolas, flores e lácteos —, os instrumentos de políticas públicas voltados à garantia de renda aos mais impactados pela crise, têm garantido também sustentação da demanda doméstica por produtos agrícolas e agroindustriais”, afirmam CNA e Cepea. (Valor Econômico retransmitido pelo BeefPoint)