A JBS S.A. anunciou na quarta-feira (23) um projeto que visa ampliar o monitoriamento da cadeia de produção, incluindo fornecedores indiretos de gado, e criação de um fundo para fomentar a preservação da floresta amazônica e desenvolvimento das comunidades locais.
Até 2025, todos os fornecedores de gado interessados em vender para a JBS terão de aderir a uma plataforma blockchain, inserindo informações sobre as guias de transportes de animais (GTA).
A JBS afirma que já monitora 100% dos seus fornecedores diretos de gado há mais de uma década, abrangendo mais de 50 mil fazendas, para evitar a compra de animais criados de forma irregular.
No entanto, a empresa e outras companhias do segmento de carne bovina têm enfrentado dificuldades para garantir que os fornecedores dos fornecedores também cumprem com regras de sustentabilidade e desmatamento zero.
Por meio do projeto Juntos pela Amazônia, a JBS quer ampliar o monitoramento da cadeia para incluir também os fornecedores indiretos, e compartilhar os dados com todo o setor no futuro.
“O primeiro passo da estratégia é obter autorização de fornecedores diretos para que a plataforma blockchain possa ter acesso às informações das fazendas que venderam animais para nossos fornecedores diretos”, disse o diretor de Sustentabilidade da JBS, Márcio Nappo, em webinar sobre o tema.
A JBS irá apoiar os fornecedores para que possam se regularizar e aderir à Plataforma Verde JBS até 2025, colaborando para combater a produção de gado em áreas de desmatamento ou irregulares.
A empresa também criou o Fundo JBS pela Amazônia no qual pretende aplicar no mínimo R$ 250 milhões até 2025. A companhia espera que o fundo também receba doações de outras empresas, instituições, bancos e qualquer interessado para elevar o total de recursos disponíveis a R$ 1 bilhão.
A JBS se compromete a igualar as doações de terceiros na mesma proporção até R$ 500 milhões.
O fundo irá selecionar e financiar projetos que visam ampliar a conservação da floresta, desenvolvimento socioambiental das comunidades que vivem na região, e pesquisa científica e tecnológica.
Os conselhos consultivo e técnico do fundo contam com executivos da Bunge, Carrefour, ambientalistas, acadêmicos e outros especialistas.
“Estamos muito confiantes por termos ao nosso lado um extraordinário grupo de líderes de diferentes áreas do saber, com visões do bioma, que vão nos apoiar nessa jornada”, disse o presidente da JBS S.A., Gilberto Tomazoni.
A ex-presidente da Seara, Joanita Karoleski, será a presidente do Fundo JBS pela Amazônia. Ela disse que alguns projetos na área de educação e tecnologia já foram mapeados e estão sob análise para financiamento.
A JBS disse que o fundo será auditado pela KPMG e que irá divulgar os resultados em seu website. (CarneTec)