O Rabobank espera uma queda de 2,5% na produção brasileira de carne bovina em 2020, considerando as atuais condições econômicas e seus impactos no consumo doméstico, conforme relatório divulgado na semana passada.
O auxílio emergencial concedido pelo governo à população durante a pandemia colaborou para sustentar o consumo de carne bovina no país até agora, segundo o Rabobank.
O governo concedeu auxílio emergencial mensal de R$ 600 entre abril e agosto para trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados afetados pelos impactos econômicos da pandemia da covid-19.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou no início do mês a extensão do pagamento de metade desse valor como auxílio até dezembro, mas descartou na semana passada a possibilidade de nova prorrogação do benefício para o ano que vem.
Até agora, a produção de carne bovina brasileira tem sido impulsionada principalmente pela demanda externa.
“Para os próximos meses, esperamos que as exportações continuem fortes, especialmente para a China. Já o consumo doméstico, e portanto os preços de carne bovina domésticos, dependerão da prorrogação do auxílio emergencial”, disse o banco no relatório divulgado à imprensa em 9 de setembro.
“Isso, por sua vez, deverá definir os rumos futuros dos preços do boi gordo, bem como as intenções de confinamento na segunda campanha que terá início no final do terceiro trimestre”.
No primeiro trimestre deste ano, a produção brasileira de carne bovina caiu 13% em relação ao quarto trimestre do ano passado. O Rabobank espera uma melhora nos números do segundo trimestre diante do aumento da demanda chinesa.
O banco disse ainda que a pandemia do novo coronavírus ainda representava um risco para a produção local de carne bovina, embora o número de novos casos esteja estabilizando-se ou caindo em algumas regiões do país. (CarneTec)