A demanda chinesa por carne bovina deverá dobrar nos próximos sete anos com a expectativa de aumento de consumo pela população. A importação deverá atingir 8 milhões de toneladas antes do fim da década e grande parte será de origem brasileira, estimou hoje o ministro conselheiro da Embaixada da China no Brasil, Qu Yuhui.
Para fortalecer as relações, nesse mercado no entanto, ele sugeriu maior agressividade, paciência e energia do empresariado brasileiro nas negociações.
“Os empresários brasileiros precisam ser mais agressivos no mercado chinês e evitar o imediatismo. Têm que pensar em longo prazo, investir em marketing e entender melhor o consumidor chinês. E tem que gastar mais energia em procurar parceiros locais para que as cadeias de comércio e produção possam ser mais integradas entre China e Brasil”, afirmou durante uma transmissão ao vivo.
“Hoje, o chinês consome 4 quilos de carne bovina por ano. Ainda é muito pouco. A estimativa é que até 2027 a importação chinesa de carne bovina chegue a 8 milhões de toneladas”, afirmou. “O Brasil tem conseguido ocupar fatia significativa do mercado chinês, com 30% da importação. O potencial é muito grande, não podemos ficar por aí”, avaliou.
Yuhui contou que a política da China prevê a busca pela autossuficiência nos principais alimentos, sobretudo de arroz e trigo, mas admite a maior dependência do mercado internacional para a demanda de outros itens e derivados. “A China tem urbanização intensa, temos a maior classe média do mundo com 400 milhões de pessoas. Vamos ter maior demanda, sofisticação e diversificação por produtos agropecuários”. (Valor Econômico retransmitido pelo BeefPoint)