Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto

O spread (diferença de preços) entre a carcaça e a arroba do boi gordo, que sugere o rumo das margens da indústria, estiveram em proporções notáveis durante 2017, mas ainda que continuem positivos, têm caído a partir de junho. A mudança explica-se pela subida dos preços da arroba no mesmo período, comum durante a entressafra, enquanto a demanda no atacado é afetada por uma economia ainda fragilizada.

Para efeito de comparação, a diferença porcentual entre os preços pagos pela arroba do boi gordo e o valor recebido pela carne no atacado em agosto de 2017 foi de 1,78 pontos (figura 1). Ainda que esteja abaixo dos 7,75% presenciados em julho, a proporção mostra-se muito superior a agosto de 2016, quando o spread estava em -5,51 pontos porcentuais.

Já durante setembro/17, o spread continua positivo, mas 35 pontos porcentuais inferior a agosto e também 55 p.p. menor em relação a setembro/16. Porém, ainda que inferior aos períodos anteriores, observa-se melhora do indicador no decorrer de setembro (figura 2).

Ou seja, ainda que a diferença tenha se mantido positiva durante todo o ano de 2017, nota-se que os valores recebidos pelas indústrias têm sido pressionados durante os últimos meses pelo aumento do preço da arroba.

Os gráficos a seguir ilustram o movimento dos spreads. O gráfico 1 compreende a diferença entre os meses de 2017 enquanto gráfico 2 ilustra o movimento para setembro/17.

Gráfico 1.
Spread: Eq. Físico vs. Arroba em SP (%)