A China poderá reduzir a demanda por carnes importadas no curto prazo, diante das recentes suspensões de compras de frigoríficos de diversos países, mas o Brasil tende a ser um dos menos impactados, segundo o Rabobank.
“Achamos que o Brasil deve ser um dos menos impactados, principalmente por conta da questão da desvalorização cambial. O nosso produto está muito atrativo em relação aos preços”, disse o analista de proteína animal do Rabobank Brasil, Wagner Yanaguizawa, em podcast nesta semana.
Atualmente, seis frigoríficos brasileiros estão com exportações suspensas para a China.
A China é o maior importador de carnes brasileiras, tendo comprado 17% de toda a carne de frango exportada pelo Brasil no primeiro semestre, 49% da carne suína e 10% da carne bovina.
“É uma dependência muito forte, é negativo, os riscos também são maiores… Porém, ainda bem que é a China que hoje é nosso maior importador porque ela é um dos poucos países que estão conseguindo ter esse volume de importação mesmo com o cenário de coronavírus e redução na demanda doméstica”, disse Yanaguizawa.
Caso o número de casos de covid-19 continue a aumentar entre trabalhadores de frigoríficos, o analista vê risco de aumento no número de plantas suspensas a exportar para a China.
A China não deu explicações claras sobre o motivo das suspensões de importações, segundo informações de representantes da indústria e de Yanaguizawa. A restrição começou a ocorrer após a China encontrar resíduo do coronavírus em uma tábua de salmão importada no início de junho, segundo o analista. (CarneTec)