A China aumentou as tarifas sobre as importações australianas de carne bovina e sugere um aumento nas tarifas do leite em pó integral no final de 2020.
Segundo uma matéria da ABC News, o imposto sobre carne bovina aumentaria de 4,8% para 12% no restante de 2020.
O analista de carne australiano Simon Quilty explicou que o aumento retirará as tarifas preferenciais acordadas sob o Acordo de Comércio Livre China Austrália (ChAFTA), desencadeando uma Salvaguarda Agrícola Especial (SSG).
Este ano, a salvaguarda foi fixada em 179.687 toneladas de carne bovina, volume atingido em 30 de junho.
Apesar de a Austrália ter desencadeado a salvaguarda, uma porta-voz do Departamento de Agricultura disse que junho foi o primeiro mês em que tarifas preferenciais caíram desde que o ChAFTA foi promulgado em 2015.
“O crescimento sem precedentes das exportações australianas de carne bovina para a China no ano acumulado indica que o volume atingiu o limite já este ano”, disse ela.
“Os dados de previsão mostram que o SSG do leite em pó integral provavelmente também será acionado ainda este ano”.
Quilty disse à ABC News que o impacto do aumento das tarifas já está sendo sentido na indústria de carne bovina da Austrália.
“A Nova Zelândia e a Costa Rica estão agora com tarifas zero [na China], mas o Brasil, Argentina, Uruguai e Canadá estão com 12%”, disse Quilty.
“Os importadores chineses já pediram aos exportadores australianos que renegociassem contratos já existentes no sistema ou, em alguns casos, procuraram cancelar contratos, o que sabemos ser um verdadeiro não-não no mercado”.
Quilty explicou que a economia chinesa está com dificuldades, e a capacidade dos importadores de repassar o imposto de custo mais alto aos consumidores chineses é quase impossível.
Ele espera que as tarifas preferenciais sejam restabelecidas a partir de janeiro de 2021 antes de serem completamente removidas pelo ChAFTA até 1 de janeiro de 2024. (ABC News, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint)