Os futuros dos suínos na Bolsa de Chicago (CME) vêm caindo por quase dois meses, um declínio que se acelerou nas últimas sessões, após um relatório do governo dos Estados Unidos mostrar um excesso de oferta de animais. Os preços na CME caíram mais de 7% na sexta-feira, depois que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgou seu relatório trimestral de suínos.
Desde 1º de maio, os preços perderam quase 25%. Um dos motivos para isso é o excesso de animais. Segundo o relatório do USDA, a oferta de suínos estava em 79,6 milhões de animais – um recorde. Com o fechamento temporário de unidades de processamento de carne em abril, muitos suínos deixaram de ser abatidos, disse o consultor Dave Marshall, da First Choice Commodities. Ele disse que, em vez de sacrificar o excesso de animais, produtores optaram por outros métodos, como a mudança da dieta dos suínos para desacelerar o ganho de peso.
Outra razão para a queda dos preços é a menor demanda dos consumidores. De acordo com o USDA, o consumo per capita de carne suína nos EUA deve cair para cerca de 22,7 quilos este ano. Em 2019, esse número ficou em 23,6 quilos. O fechamento temporário dos frigoríficos elevou os preços de carne no varejo. Porém, mesmo com um excesso de oferta de animais e a retomada da produção, os preços nos supermercados continuam altos, inibindo a demanda.
“Os preços de carne suína caíram, mas varejistas ainda estão tentando vender o produto por um preço alto”, disse Dennis Smith, da Archer Financial Services.
Muitos participantes acreditam que os preços no varejo vão cair em breve, acompanhando os preços no atacado e no mercado futuro, o que pode estimular a demanda. “Espero que a demanda se recupere de forma significativa quando os varejistas reduzirem os preços”, disse o trader independente Dan Norcini, observando que essa redução pode não ser tão rápida. (AE)