A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) questiona o total de infectados por covid-19 em frigoríficos do Rio Grande do Sul obtido a partir dos chamados “testes rápidos”. Levantamento creditado ao Ministério Público Trabalho (MPT/RS), realizado no início da semana passada, indicava que, dos 65 mil trabalhadores no segmento, 4.957 haviam sido infectados, número que corresponderia a 20% dos casos registrados até então no Estado. Cinco pessoas diretamente ligadas ao setor teriam morrido, assim como outras 12, que tinham relações com os funcionários. “Há casos de levantamentos em empresas nos quais apenas 5% dos testes rápidos se confirmaram como de Covid-19, após o exame RT-PCR. Em outros, até 100% dos testes rápidos realizados deram negativo em RT-PCR”, disse a entidade em nota. A ABPA lembra que, segundo o Ministério da Saúde e demais órgãos relacionados à saúde humana, testes rápidos tem o objetivo exclusivo de construir um mapeamento, que demanda o diagnóstico em RT-PCR para confirmação.

Questionado em programa matinal na imprensa gaúcha nesta segunda-feira, o presidente da ABPA, Francisco Turra, disse que “muitos destes testes rápidos são imprestáveis”. A procuradora do MPT/RS, Priscila Dibi Schvarcz, confirmou ao Broadcast Agro que os números divulgados têm como base “os dois tipos de teste”, se referindo aos rápidos e ao RT-PCR.

No comunicado, a ABPA enfatiza que, “antes mesmo da adoção da quarentena em vários estados”, o setor frigorífico “se antecipou e implantou medidas preventivas necessárias para proteger e minimizar, ao máximo, o risco nas unidades de produção”. (AE)