Impasse no atacado da carne bovina é resolvido com alta nas cotações
Baixa disponibilidade de proteína bovina dificulta desvalorizações, e, com sinais de recuperação da demanda interna, cotação da carne bovina registra alta.
Milho
A semana passada encerrou-se com um cenário positivo para o milho brasileiro no mercado físico, já que mesmo com um maior volume de milho entrando no mercado, o dólar e vendedores reticentes em realizar novos negócios travaram qualquer possível desvalorização do cereal. Desta forma, em São Paulo, a semana começa com o milho sendo negociado acima dos R$ 48,00/sc, no entanto, a pressão da oferta deve ganhar mais força durante as próximas semanas. Em Mato Grosso, o Imea demonstrou um avanço de 15 p.p. na colheita do milho 2ª safra.
O mercado futuro visualiza a solidez do dólar e dá sustentação aos negócios de milho na B3, o vencimento para setembro/20 voltou a flertar com os R$ 45,00/sc, número que não é atingindo desde o dia 22/05/2020. Em Chicago, a semana se encerrou mais calma após o cereal sofrer uma forte queda na quinta-feira (25/06/2020), a reabertura mais lenta da economia, põe em xeque as previsões mais otimistas de recuperação econômica e aumento no consumo de etanol, depreciando assim as cotações do milho na CBOT.
Boi gordo
A última semana encerrou positiva para o atacado de carne bovina, os preços reagiram após uma semana de impasse entre os players do mercado. Os estoques pequenos e baixa disponibilidade de produtos aqueceram as cotações, que encerraram a semana em R$ 14,10/kg (+R$ 0,30). Além disso, a proximidade com o próximo mês pode dar sustentação, de fundo entra também a expectativa de retomada das atividades de bares e restaurantes em São Paulo a partir do dia 6 de julho.
No mercado de boi gordo as cotações seguem firmes, as pastagens continuam dando suporte de matéria-verde, o que permite ao produtor manter seus animais no pasto. Neste cenário, os frigoríficos trabalham com escalas curtas, demonstrando dificuldade em originar matéria-prima. Na última sexta-feira, as programações de abate nas praças paulistas encerraram o dia com 4,0 dias úteis.
Soja
Se valendo das consecutivas valorizações do dólar, a soja no mercado físico fechou a semana próxima dos R$ 115,00/sc nos portos brasileiros. Esta alta é pautada sobretudo pelo dólar, que bateu os R$ 5,46 na sexta-feira, variando positivamente 2,3%, esse é o maior valor para a divisa norte-americana dos últimos 30 dias.
Em Chicago, a união entre preocupação com a 2ª onda da COVID-19, tensões afloradas entre EUA-China e fortalecimento do dólar frente ao real estão pesando sobre as cotações da soja na CBOT, o vencimento para março/20 bateu os US$ 8,61/bu na sexta-feira, desvalorizando 2% desde a segunda-feira e fechando ao menor patamar desde o início do mês. O relatório que o USDA soltará na terça-feira sobre área plantada nos EUA pode mexer mais neste mercado.
Agrifatto