2ª onda do coronavírus traz temor e puxa forte valorização do dólar
Com um aumento no número de casos de COVID-19 em vários estados norte-americanos, a preocupação sobre uma 2ª onda voltou a crescer impulsionando o dólar, que trouxe consigo a soja.
Milho
Impulsionado pela forte alta do dólar, o milho voltou a se recuperar e se posicionou próximo dos R$ 48,00/sc em São Paulo na quarta-feira. Mesmo com a colheita se acelerando, as compras internas e os embarques para fora do país de cereal seguiram baixos nos últimos dias, os participantes do mercado estão aguardando e de olho na chegada do maior volume da safra no mercado. A falta de movimentação agora deve refletir em intensos negócios acontecendo em meados de julho/20.
Na B3, o dia foi de valorização nos contratos futuros, o vencimento para setembro/20 registrou alta de 1,51% ontem, fechando nos R$ 44,30/sc. A resistência dos R$ 45,00/sc continuará a ser testada, no entanto, com a safra norte-americana e ucraniana com bons números, o milho brasileiro sofrerá uma grande competição. Em Chicago, a preocupação com a 2ª onda da COVID-19 assusta os mercados, e com o petróleo WTI em queda (- 5%), o milho também se desvalorizou, ficando cotado à US$ 3,24/bu.
Boi gordo
No atacado, as vendas voltam a sinais de uma possível melhora nas vendas nos próximos dias e, consequentemente, alta nos preços atuais. Porém, até o momento as cotações se mantêm balizadas em R$ 13,80/kg da carcaça casada.
As programações de abate continuam ajustadas, a oferta restrita persiste ditando o ritmo de compras dos frigoríficos. Fato confirmado é que os lotes ofertados são muito pequenos, provocando uma baixa liquidez nas negociações realizadas. Além disso, há um cuidado extra na aquisição de matéria-prima durante este período quinzenal de menor consumo. Na B3, a precificação do contrato de junho bateu os R$ 217,00/@ (+0,93%) ontem (24/05). Já o contrato para julho, já está alcançando os R$ 218,00/@ (+0,93%).
Soja
Com o medo pairando sobre o mercado, o dólar fechou o dia com alta de mais de 3%, ficando cotado à R$ 5,32. Desta forma, as negociações da oleaginosa no mercado físico voltaram a superar a barreira dos R$ 113,00/sc nos portos brasileiros. A oferta de soja vai se reduzindo no mercado brasileiro, e mesmo com parte da demanda chinesa migrando para os EUA, as cotações devem continuar sustentadas, já que as indústrias esmagadoras devem voltar as compras.
Na CBOT, o dia foi de leve desvalorização nos contratos de soja, o vencimento para mar/21 fechou a quarta-feira a US$ 8,70/bu, com queda de 0,40%. A valorização do dólar em conjunto com o aumento de casos de COVID-19 em vários estados norte-americanos preocupa o mercado e pesaram sobre as cotações ontem.
Agrifatto