COVID-19 preocupa frigoríficos que exportam para a China
A China tomou nos últimos dias medidas de suspensão de importação de proteína animal de frigoríficos na Alemanha e EUA, e isso, trouxe preocupação para o mercado brasileiro de carne bovina.
Milho 
Dia de movimentação negativa nas cotações do milho no mercado físico brasileiro, com o dólar prosseguindo seu movimento de queda e a colheita do cereal avançando a cada dia. Desta forma, o suporte de R$ 47,00/sc em São Paulo se mostrou mais frágil nesta terça-feira. Na B3, todos os vencimentos demonstraram desvalorização, acompanhando o movimento do dólar, com destaque para setembro/20 que bateu os R$ 43,64/sc, queda de 1,89% no comparativo diário e o menor valor desde o dia 12/06/2020.
Em Chicago, as cotações seguiram refletindo as boas condições das lavouras norte-americanas em sintonia com as preocupações sobre o encaminhamento da demanda no país. Diante disto, o vencimento para setembro/20 fechou a terça-feira em US$ 3,29/bu, uma das menores cotações desde o início do mês de junho/20.
Boi gordo 
O mercado atacadista de carne bovina paulista continua operando com demanda fraca, as negociações estão praticamente travadas. A queda de braço entre a ponta compradora e vendedora persiste, onde uma não abaixa preços e a outra não cede aos valores ofertados. Pela forte retração das vendas no atacado, os frigoríficos que atendem majoritariamente o mercado interno continuam passando apertado, principalmente porque as indicações da arroba continuam firmes em todo o país.
No início desta semana o Ministério Público determinou a interdição do frigorífico da Marfrig em Mineiros – GO. Entretanto, após apresentar o protocolo de segurança que vem adotando, o decreto foi suspenso e a planta voltou a funcionar normalmente. Com relação ao frigorífico Agra, de Rondonópolis – MT, a suspensão das atividades foi tomada pela própria empresa, que realizou a testagem para os 950 funcionários, onde 92 foram detectados com coronavírus. Os abates já foram retomados e aguardam suspensão do bloqueio chinês para retomada das importações.
Soja 
Com a continuação do movimento negativo no dólar, a soja brasileira voltou a se desvalorizar nesta terça-feira, rompendo para baixo a barreira dos R$ 112,00/sc. Ainda assim, uma queda maior é freada pela valorização do prêmio da soja nos portos brasileiros.
Em Chicago, a terça-feira começou agitada pelas declarações da equipe do presidente norte-americano Donald Trump e depois pelo próprio presidente, sobre um possível encerramento nas conversas do acordo comercial entre EUA e China. A especulação aconteceu forte durante o dia, no entanto, no encerramento a variação negativa foi de apenas 0,14% no contrato corrente, fechando o dia próximo dos US$ 8,75/bu.
Agrifatto