O fluxo cambial líquido ao Brasil fechou maio positivo em mais de 3 bilhões de dólares, no primeiro mês de superávit desde julho do ano passado, em resultado sustentado pela conta comercial.
Houve entrada líquida de 3,080 bilhões de dólares em maio, com sobra de 3,962 bilhões de dólares na conta comercial e déficit de 882 milhões de dólares nas operações financeiras, mostraram dados do Banco Central nesta quarta-feira.
Desde julho de 2019 (+2,912 bilhões de dólares) o país não concluía um mês com saldo positivo no fluxo de câmbio contratado. O resultado é o melhor desde fevereiro do ano passado (+8,626 bilhões de dólares).
Entre agosto de 2019 e abril de 2020 —período de sucessivos meses de fluxo negativo—, o país perdeu 55,290 bilhões de dólares.
Maio de 2020 começou com ingresso de recursos e se manteve assim até dia 14. Contudo, entre os dias 15 e 20 mais dinheiro deixou o país do que entrou. Nos dias seguintes até o fim de maio o fluxo voltou a se recuperar, com ingresso líquido de 1,830 bilhão de dólares no acumulado dos dias 21 e 29. Nesse mesmo período, o dólar caiu 6,15% ante o real.
No ano, porém, o saldo no câmbio contratado ainda é negativo em 9,651 bilhões de dólares, ante resultado positivo de 3,164 bilhões de dólares um ano antes.
Também em maio deste ano o BC liquidou a venda de 520 milhões de dólares das reservas. A combinação entre fluxo cambial positivo e venda de moeda spot levou os bancos a reduzir para 25,505 bilhões de dólares a posição líquida vendida em dólar à vista, menor patamar desde novembro do ano passado (23,804 bilhões de dólares).
O BC contabilizou em maio a recompra de 3,800 bilhões de dólares em linhas de moeda com compromisso de recompra.
Considerando outras operações da autoridade monetária no mercado —entre as quais venda de swaps cambiais e operações compromissadas em moeda estrangeira—, a posição cambial líquida do BC caiu ao fim de maio para 299,282 bilhões de dólares, ante 303,410 bilhões de dólares em abril e 329,850 bilhões de dólares em janeiro. É o menor nível desde pelo menos janeiro de 2018. (Reuters)