O diretor executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, disse na terça-feira (02) que as reduções pontuais na produção de frigoríficos de aves e suínos no Brasil, devido aos impactos do coronavírus, não ameaçam o atendimento da demanda e que a indústria está adotando medidas para evitar contaminação entre trabalhadores.
“Todas as plantas estão operando e esperamos manter este fluxo produtivo, embora com pequenas reduções, mas que não impactarão no equilíbrio de oferta e demanda”, disse Santin em respostas por e-mail enviadas à CarneTec.
“No mercado nacional, a produção segue ajustada à demanda, com o redirecionamento da produção do food service para o consumo residencial. No mercado internacional, não há impactos negativos e as exportações seguem em alta.”
Casos do novo coronavírus entre funcionários de frigoríficos brasileiros têm resultado no afastamento de trabalhadores, redução na produção e fechamentos temporários de unidades por determinações judiciais.
Santin disse que a indústria frigorífica se antecipou ao crescimento da covid-19 no Brasil, adotando medidas preventivas de forma antecipada, diferentemente do que ocorreu em outros países.
Ele disse que medidas para evitar a contaminação incluem o uso de equipamentos de proteção individual com “cobertura corporal quase total”.
“O setor de alimentos é considerado prioridade e todos os esforços foram empenhados para manter o sistema produtivo, garantindo a continuidade do abastecimento”, disse Santin, acrescentando que a ABPA instituiu comitês internos exclusivos para o enfrentamento da pandemia e que o governo federal também está empenhado em garantir a segurança nos frigoríficos.
Questionado sobre pedidos do Ministério Público que levaram a fechamentos temporários de frigoríficos no país, Santin disse que a ABPA defende a continuidade da produção, com preservação da saúde dos trabalhadores e para auxiliar a segurança alimentar do país.
Segundo ele, algumas ações judiciais “por vezes podem ser exageradas”, considerando “a ciência e legislação vigente”.
“Acreditamos que a avaliação técnica deve prevalecer. Diante de todas as ações implantadas pelos frigoríficos e pelo monitoramento em vigor na produção de aves e de suínos de todo o Brasil, está claro que as plantas não são focos de disseminação da enfermidade”, disse Santin.
“O Poder Judiciário está exatamente para dirimir e interpretar eventuais divergências de interpretação apresentadas à Justiça. No entender das empresas – na grande maioria do país –, as normas regulamentadoras nacionais estão sendo cumpridas integralmente.” (CarneTec)