Com a alta de ontem, que fez o valor de mercado da empresa de carnes sair de R$ 21,7 bilhões na segunda-feira para R$ 23,3 bilhões, as ações da JBS superaram a casa dos R$ 8,00 pela primeira vez desde 31 de maio.
Assim, a JBS já recuperou R$ 7,013 bilhões em valor de mercado desde seu pior momento, em 22 de maio, na primeira semana após a divulgação da delação dos irmãos Batista. Naquele pregão, a ação da empresa atingiu a mínima de R$ 5,98, e o valor de mercado caiu para R$ 16,318 bilhões.
De todo modo, os papéis da JBS ainda estão abaixo da cotação vista no dia 17 de maio, o último pregão antes da divulgação da delação. Na ocasião, o valor de mercado da empresa era de R$ 25,921 bilhões.
Entre os fatores que contribuem para a recuperação das ações da JBS está o acordo firmado em julho com os bancos no Brasil, para renegociação das dívidas de curto prazo da empresa. Na área operacional, a companhia está normalizando os abates. Além disso, a JBS segue seu plano de desinvestimentos com o qual pretende obter R$ 6 bilhões e assim reduzir sua dívida.
Na semana passada, a J&F Investimentos, holding da família Batista que controla a JBS, anunciou a venda da Vigor à mexicana Lala. Dona de 19,43% da empresa de lácteos, a JBS receberá R$ 780 milhões. Além disso, a JBS concluiu na última semana a venda dos frigoríficos que tinha no Mercosul à Minerva, por US$ 300 milhões. Outros negócios, como subsidiária irlandesa Moy Park e a americana Five Rivers, ainda seguem à venda.
Na última segunda-feira, em evento em São Paulo, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, também sinalizou que uma mudança gradual pode ocorrer na JBS, com a saída do empresário Wesley Batista do cargo de CEO. O banco estatal tem 21% do capital da JBS, por meio da BNDESPar. Usando uma metáfora do futebol, o dirigente do BNDES afirmou que Wesley Batista fez gols como CEO, mas que “um bom jogador pode mudar, no mínimo, de posição. Essa é a nossa tendência” (Assessoria de Comunicação, 9/8/17)