O Brasil oferece uma variedade de oportunidades para exportadores norte-americanos de alimentos à base de plantas, de acordo com relatório do escritório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em São Paulo. Segundo a agência, consumidores brasileiros estão adotando uma dieta mais balanceada e isso aumenta as oportunidades para novos produtos alimentícios.
O USDA diz que a empresa de pesquisa Euromonitor International estimou o tamanho do mercado brasileiro de alimentos e bebidas saudáveis em R$ 102 bilhões em 2019, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Isso faz do Brasil o sexto maior consumidor do mundo para essa categoria de produtos.
“Além disso, muitos players do setor estão promovendo produtos alimentares à base de plantas não apenas para veganos e vegetarianos, mas também para quem deseja adicionar uma proteína à base de plantas em sua dieta”, diz o USDA. “Portanto, o segmento está lentamente se movendo de um nicho de mercado para uma indústria convencional, voltada para consumidores das classes média e alta.”
A agência observa que o número de vegetarianos no Brasil está aumentando, o que impulsiona o demanda por produtos sem proteína animal. Citando uma pesquisa realizada pelo Ibope em 2018, o USDA afirma que 30 milhões de pessoas no Brasil se consideravam vegetarianas, um aumento de 75% em comparação com a mesma pesquisa realizada em 2012. Além disso, diz o USDA, a pesquisa mostrou que 60% de todas as pessoas entrevistadas prefeririam comprar produtos à base de plantas se a faixa de preço fosse semelhante à dos produtos de origem animal da mesma categoria.
De acordo com o USDA, novas startups brasileiras estão surgindo e investindo no desenvolvimento desses produtos em todas as categorias, como lácteos, carnes, substituição de ovos, suplementos e outros. “O mesmo ocorre no setor de supermercados, onde grandes redes como Grupo Pão de Açúcar e Carrefour estão cada vez mais oferecendo produtos orgânicos e vegetarianos em suas lojas.”
Fabricantes desses produtos registraram uma taxa de crescimento anual acima de 20% nos últimos dois anos, diz a agência. “No entanto, a pandemia de covid-19 pode impedir que o setor mantenha a mesma taxa de crescimento.” (AE)