A soja brasileira deverá prosseguir atrativa para exportação no segundo semestre, prolongando uma competição entre exportadores e processadores pela matéria-prima para a segunda metade do ano, quando normalmente a indústria conta com boas margens do farelo de soja, avaliou nesta quinta-feira a ED&F Man Capital Markets.

Essa atratividade para a exportação deverá desafiar neste ano o balanço de oferta e demanda de soja no Brasil, maior exportador global da oleaginosa, em um momento em que o câmbio em máximas históricas deixa os produtos brasileiros bastante competitivos.

Em abril, o país exportou um volume mensal recorde de soja, acima de 16 milhões de toneladas, segundo dados do governo, contando também com a forte demanda da China.

Ao mesmo tempo, as margens de esmagamento de soja no Brasil desde meados de março estão acima da média histórica para o período, com uma boa demanda para a exportação de farelo e da indústria doméstica de carnes, comentou a analista sênior da consultoria de gerenciamento de risco ED&F Man, Thais Carvalho Italiani.

“Historicamente, no segundo semestre, a compra de soja pelo mercado doméstico prevalece, devido à competição com os EUA no mercado internacional”, disse a analista.

“No entanto, dado o nível do dólar este ano, a soja brasileira tende a permanecer atrativa para exportação, contrariando a sazonalidade e competindo com o esmagamento pelo saldo remanescente do apertado balanço 19/20 de oferta e demanda”, acrescentou ela. (Reuters)